Análise multinível da cobertura vacinal no Município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Ribeiro, Manoel Carlos Sampaio de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-09102014-110929/
Resumo: Vigilância Epidemiológica, é a forma através do qual o SUS busca produzir impacto em termos de controle, eliminação e até erradicação de um conjunto definido de doenças imunopreveníveis. O PNI tem conseguindo bons resultados em termos de cobertura vacinais e controle de importantes doenças, embora ainda com importantes desigualdades regionais e locais. Este estudo busca conhecer os fatores que determinam a efetividade deste programa no município de São Paulo a partir de uma análise mutinível. MÉTODO: Em 2002 o Depto. de Medicina Social da FCMSCSP realizou o Inquérito de Cobertura Vacinal no primeiro ano de vida para a coorte de nascidos entre 1º de novembro de 1999 e 31 de outubro de 2000 residentes no município de São Paulo. Este inquérito domiciliar se baseou no processo de amostragem por conglomerado preconizado pela OPAS. Em cada um dos 41 Distritos de Saúde (DS) foi calculada uma amostra de 210 crianças, num total de 8610 crianças. A importância de variáveis grupais e individuais em relação a cobertura vacinal para esquema completo em crianças com um ano de idade e a participação no Dia Nacional de Vacinação (25/08/2001) foi investigada através de um modelo multinível logístico. Foram estabelecidos nesta análise três níveis: individual, conglomerado, compostos pelos setores censitários e decorrentes do processo de análise e o DS. O modelo multinível foi construído através do software MLWin 2.0. RESULTADOS: O modelo multinível para cobertura com esquema completo em crianças com um ano de idade evidenciou um efeito do DS de 0,15 com um p <0,01; um efeito do conglomerado de 0,07 e p=0,051.A inclusão das variáveis individuais quase não alterou os efeitos aleatórios dos dois níveis. No modelo final as seguintes variáveis mostraram-se associadas ao desfecho: uso de serviço privado OR de 0,64 (IC95%0,50-0,82), pessoas por cômodo um OR de 0,93 (IC95%;0,88-0,98), mãe trabalhar fora e escolaridade da mãe estiveram associadas ao desfecho e apresentaram uma interação.Os dados sugerem uma tendência de aumento da cobertura vacinal conforme aumenta a escolaridade da mãe até a categoria de 9 a 11 anos, voltando a ser menor em crianças com mães um nível de estudo maior. Em relação a participação em campanha de vacinação, o nível do DS apresentou um efeito de 0,32, e nível do conglomerado de 0,18 (p<0,001). Em relação as variáveis individuais, uso de serviço privado para vacinar apresentou um OR de 0,26 (IC95%: 0,21-0,36), mãe trabalha fora de casa um OR de 0,82 (IC95%:0,73-0,92) A escolaridade da mãe, usando a faixa de 9 a 11 anos de escolaridade da mãe por referência, apresentou até a terceira série OR de 0,97 (IC95%: 0,76-1,23), de 4 a 8 anos um OR de 0,86 (IC95%:0,75-0,98) e mais 12 anos de estudo um OR de 0,54 (IC95%:0,44-0,66). A participação em campanha foi maior conglomerados com menor renda média do chefe e no DS com maior proporção de pobres. CONCLUSÕES: Existem diferenças em relação à cobertura vacinal no município de São Paulo que não são totalmente explicadas pelas características individuais e familiares. O DS de moradia destas famílias possui um efeito de contexto sobre a cobertura vacinal. A participação em campanhas de vacinação se revela uma importante estratégia para o acesso dos segmentos menos favorecidos às vacinas. É necessário também aprofundar o conhecimento sobre a cobertura vacinal nos segmentos mais abastados do município