Pigmentação fóssil: Tafonomia física de penas fósseis das bacias do Araripe (Cretáceo) e Taubaté (Paleógeno), Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Prado, Gustavo Marcondes Evangelista Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-11042023-112859/
Resumo: As estruturas integumentares dos vertebrados terrestres, as penas sao mais complexas e diversificadas. Apesar de abundantes, sua ocorrencia no registro f6ssil e rara , uma vez que possuem baixo potencial de preservacao. Embora limitadas, as ocorrencias sao cosmopolita. No Brasil, duas unidades geol6gicas se destacam: a Formacao Crato (Bacia do Araripe, NE, Cretaceo) e a Formacao Tremembe (Bacia de Taubate, SE, Pale6geno). 0 padrao de coloracao das penas, e produzido pela presenca de pigmentos naturais (i.e., biocromosy, pelo arranjo das ultraestruturas na matriz de queratina. Dentre essas, se destacam os melanossomos, que sao organelas especializadas em sintetizar e armazenar 0 biocromo melanina. Com uma dirnensao entre 0.2 it 2.0 urn, sua morfologia varia de acordo com 0 tipo de melanina, podendo ser divididos em dois grupos: os eumelanossomos com formato de bastonetes sao responsaveis pelas cores escuras e, os f eomelanossomos de forma esferica que responsaveis pelas cores acastanhadas. Embora ja publicadas na Formacao Crato, a presenca dessas estruturas na Formacao Tremernbe permanece desconhecida. Seis penas f6sseis oriundas dessas duas unidades foram caracterizadas macro e microscopicamente e, sua preservacao reconhecida atraves da aplicacao de tecnicas geoquirnicas e de microscopia. Morfologicamente, essas estruturas foram classificadas como penas penaceas e plurnulaceas, e a sua inclusao no registro geol6gico ocorreu por transporte e6lico. Analises de MEV indicam a preservacao por eumelanossomos e por molde extemo, enquanto as analises geoquimicas sugerem uma cornposicao carbonosa e por goetita. Com posse desses resultados e, baseado em dados da literatura, e possivel concluir que nas duas unidades 0 paleoambiente era habitado por dinossauros de porte medio a pequeno que possuiam baixa (Formacao Crato) e alta (Formacao Tremembe) relacao com 0 corpo dagua. A presenca de eumelanossomos sugere padrao de coloracao escura, refletindo as condicoes climaticas serniaridas dessas unidades. Alem disso, os gradientes geoquimicos (e.g., niveis de pH e O2) a presenca de esteiras microbianas no fundo dos paleolagos, propiciaram urn ambiente favoravel para preservacao dessas estruturas. Deste modo, este trabalho revela a viabilidade de arnpliacao deste tipo de estudo, sobretudo em outros organismos, proporcionando assim, visao mais abrangente da paleobiologia e paleoambiente.