Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Érica Frazão |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20191218-175207/
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Resumo: |
A Clorose Variegada dos Citros (CVC) é uma das doenças mais importantes na citricultura brasileira, atualmente. A doença é causada por uma bactéria gram-negativa, denominada Xylella fastidiosa, transmitida por várias espécies de cigarrinhas da subfamília Cicadellinae (Hemiptera, Cicadellidae). Visando-se identificar épocas de maior probabilidade de disseminação da CVC, três pomares de laranja doce (Citrus sinensis), localizados nas regiões noroeste (Neves Paulista), central (Gavião Peixoto) e sul (Santa Rita do Passa Quatro) do Estado de São Paulo, foram estudados com o objetivo de se analisar aspectos sazonais que possam influenciar a transmissão de X. fastidiosa por vetores em citros. Através de monitoramentos periódicos dos principais vetores, verificou-se que os cartões adesivos amarelos capturaram 6,3 vezes mais cigarrinhas que armadilhas constituídas de mudas cítricas cobertas com substância pegajosa (plantas-iscas). A espécie vetora Dilobopterus costalimai predominou no pomar da região sul, enquanto que a espécie Acrogonia sp. foi capturada em maior quantidade nos pomares das regiões noroeste e central. Verificou-se diferença estatística significativa no número total de indivíduos das espécies Acrogonia sp., Bucephalogonia xanthophis, D. costalimai e Oncometopia facialis, capturadas por cartões adesivos, entre os pomares estudados. Já para as plantas-iscas, somente D. costalimai e Ferrariana trivittata apresentaram diferença estatística significativa. A taxa de infectividade natural dos vetores capturados, avaliada por DAS-ELISA com antissoros policlonais para X. fastidiosa, foi de 4,2%, em média, não havendo diferença estatística significativa entre as estações do ano. Dentre as espécies de cigarrinhas capturadas em maior quantidade, Acrogonia sp., B. xanthophis e D. costalimai, apresentaram infectividade natural de 6,3%, 2,6% e 4,8%, respectivamente. A concentração de células viáveis da bactéria X. fastidiosa em folhas sintomáticas foi avaliada mensalmente através de isolamento em meio de cultura sólido. No isolamento primário a partir de trituração de amostras foliares em tampão fosfato (PBS), utilizou-se uma diluição de 10X da suspensão antes do plaqueamento; este procedimento permitiu redução do percentual de contaminação e eficiência de isolamento de X. fastidiosa superior a 70%. A população média de células cultiváveis de X. fastidiosa, em nervuras centrais de folhas sintomáticas de citros, foi de 5,76 ± 0,07 log UFC/g/mL, sem diferença estatística significativa entre os pomares estudados. Em diferentes épocas do ano, foram realizadas inoculações em ramos sadios de 15 árvores cítricas, nos pomares das regiões noroeste e sul, sendo 4 ramos por árvore. Os ramos foram podados após cinco meses e avaliados por cultura e DAS-ELISA indireto. Diferenças estatisticamente significativas foram obtidas no número de ramos positivos para diferentes épocas de inoculação, com tendência de maior recuperação de células viáveis de X. fastidiosa nas inoculações realizadas nos meses de dezembro e fevereiro. Cigarrinhas submetidas à alimentação em plantas-fonte de X. fastidiosa foram colocadas para alimentação em ramos cítricos sadios no pomar da região central, em diferentes épocas do ano, obtendo-se baixa eficiência de transmissão, correspondendo a 6,5 % do total de ramos inoculados. Os dados obtidos sugerem que o período de maior disseminação da doença ocorre quando a temperatura anual média começa a se elevar e as chuvas tornam-se mais freqüentes (a partir de outubro ou novembro), pois nessa época o inóculo bacteriano continua presente no xilema de citros, para aquisição pelos vetores, e a sobrevivência de X. fastidiosa em infecções iniciais tende a ser mais elevada. |