Multiplicação e movimentação de Xylella fastidiosa em mudas de Citrus sinensis e sua eficiência de aquisição e inoculação por vetores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Almeida, Rodrigo Piacentini Paes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20231122-100852/
Resumo: A pesquisa teve por objetivo investigar possíveis fatores determinando a baixa eficiência de transmissão da bactéria Xylella fastidiosa por cigarrinhas (Hemiptera, Cicadellidae) em citros. Inicialmente, foram adaptadas técnicas para isolamento primário e quantificação de X. fastidiosa em citros e no vetores, e para inoculação mecânica do patógeno em mudas cítricas. A seguir, foram conduzidos estudos para avaliar as eficiências de aquisição e inoculação de X. fastidiosa por cigarrinhas, bem como a multiplicação e movimentação deste patógeno em mudas cítricas após sua inoculação mecânica. A metodologia de isolamento primário, envolvendo maceração de tecidos infectados em homogeneizador mecânico e plaqueamento da suspensão resultante em meio de cultura, foi eficiente para detecção e quantificação de X. fastidiosa em citros. Os meios de cultura PW e PWG, específicos para o crescimento de X. fastidiosa, propiciaram diâmetro de colônias de aproximadamente 1 mm aos 14 dias após a inoculação. Outro meio específico testado, BCYE, foi cerca de 60-70% menos eficiente para recuperação do patógeno em isolamento primário que os dois anteriores, gerando colônias menores e de crescimento mais lento. A adição de macerado cítrico à suspensão bacteriana não inibiu o crescimento de X. fastidiosa em meio sólido, mas o favoreceu quando comparado a suspensões puras da bactéria. Nenhum dos indivíduos sadios de Dilobopterus costalimai e Bucephalogonia xanthophis, submetidos a um período de acesso à aquisição de 96 horas em planta-fonte de X. fastidiosa, foi positivo para a bactéria pelos testes de cultura e ELISA, indicando baixa eficiência de aquisição dos vetores. No estudo de eficiência de inoculação, nenhum dos 19 indivíduos infectivos de Oncometopia facialis transmitiu X. fastidiosa para plantas-teste durante período de acesso à inoculação de 96 horas, sugerindo que a inoculação em citros por vetores também é um processo ineficiente. A multiplicação e movimentação de X. fastidiosa, em mudas cítricas foi avaliada em períodos sucessivos (1, 2, 4, 8 e 16 semanas) após sua inoculação em caule ou folhas. O método de inoculação mecânica com alfinete entomológico teve eficiência variável de 45 a 100 %. Com apenas 1 semana da inoculação, a bactéria foi isolada de áreas do caule localizadas 4 cm acima e 4 cm abaixo do ponto de inoculação, assim como na primeira folha acima deste; demonstrando o caráter sistêmico de sua infecção em citros. A porcentagem de plantas positivas detectadas com 1 semana após a inoculação não aumentou significativamente nas semanas subsequentes (até 16 semanas); desta forma o sucesso da infecção pode ser diagnosticado precocemente pelo método de isolamento. A população bacteriana nas duas primeiras semanas após a inoculação variou de 103 a 105 unidades formadoras de colônias (UFC) por grama de tecido, sendo que no período de 4 a 16 semanas este valor manteve-se entre 104 e 106 UFC/g. Sintomas foliares de CVC foram observados 2 meses após a inoculação. Com base em informações oriundas de outro patossistema (doença de Pierce em videira), postula-se que um fator limitante da eficiência de transmissão de X. fastidiosa em citros possa ser a baixa eficiência de aquisição do patógeno pelos vetores, decorrente da pequena população bacteriana encontrada em plantas cítricas infectadas.