Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Théo Gremen Mimary de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-10102022-104329/
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Resumo: |
A doença de Chagas é uma antropozoonose tropical causada pela infecção do parasita Trypanosoma cruzi (T. cruzi) em humanos. A doença se inicia na fase aguda, por vezes assintomática, na qual ocorre extensa proliferação parasitária e intensa atividade do sistema imune inato, seguida da fase crônica, com parasitemia reduzida e desenvolvimento de imunidade adaptativa. Grande parte dos indivíduos na fase crônica acaba por permanecer na forma indeterminada da doença, porém 20 a 40% dos indivíduos desenvolvem complicações cardíacas ou gastrointestinais em algum momento da vida. A cardiomiopatia chagásica é decorrente de um cenário complexo de interação entre o T. cruzi e o organismo do hospedeiro, com importante participação das células cardíacas, as quais, uma vez infectadas, apresentam alterações transcricionais e metabólicas importantes para a viabilidade da replicação parasitária. Neste trabalho, utilizamos cardiomócitos derivados de hiPSCs (hiPSC-CM) na investigação dos padrões de infecção, proliferação e resposta transcricional ao T. cruzi nesse tipo celular em pacientes indeterminados e cardiopatas. Nossos dados mostram que a eficiência de infecção e proliferação do T. cruzi não diferem significativamente em PBMCs e hiPSC-CM de ambos os grupos, até 48 horas após infecção. Análises de RNA-seq em hiPSC-CM infectados por 24 horas, entretanto, mostraram um perfil diferente de resposta transcricional ao parasita. Cardiomiócitos de indivíduos indeterminados apresentaram uma resposta mais bem orquestrada quanto à expressão de genes induzíveis por interferon, regulando positivamente genes relacionados ao processamento e apresentação de antígenos por MHC de classe I e II bem como moléculas co-estimulatórias do sistema imune. Ainda, regularam negativamente genes de produção de colágeno e de componentes da matriz extracelular, indicando uma estratégia protetiva a um comportamento pró- fibrótico. Cardiomiócitos de indivíduos cardiopatas, por sua vez, apresentaram aumento de expressão das vias de mTORC1 e resposta a formação de proteínas mal dobradas, ambas indicativas de aumento de produção de ROS intracelular. Esses dados apontam para um padrão diferencial de resposta, o qual pode ter impacto no desenvolvimento de um desfecho crônico com ou sem apresentação de sintomas cardíacos |