Efeito da rapamicina na infecção de cardiomiócitos humanos por Trypanosoma cruzi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alvim, Juliana Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5166/tde-28012020-163518/
Resumo: A Doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi e considerada pela Organização Mundial da Saúde uma doença tropical negligenciada endêmica da América Latina. A doença possui uma fase aguda que é dificilmente diagnosticada, porém com altas chances de cura quando tratada, e uma fase crônica que pode ser assintomática ou com manifestações cardíacas e/ou gastrointestinais. Aproximadamente 30% dos pacientes na fase crônica desenvolvem manifestações cardíacas da doença, tendo esses um pior prognóstico quando comparados com indivíduos com outras formas de cardiomiopatia. Não existe tratamento eficaz para essa fase da doença e existe uma grande lacuna no conhecimento da relação parasita-hospedeiro tanto na fase crônica quanto no tecido cardíaco. Assim, o entendimento de mecanismos moleculares de resposta à infecção e que sejam utilizados para a replicação parasitária em células cardíacas se torna essencial. O objetivo desse trabalho foi avaliar a modulação da via de mTOR em cardiomiócitos após a infecção por T. cruzi. É descrito na literatura que o parasita pode influenciar a ativação dessa via na célula após a infecção e que esse mecanismo tem relação com efeitos celulares que podem ser benéficos ou não para a infecção. Essas modulações parecem ser dependentes do tipo celular e do estágio do parasita. Neste sentido, o presente trabalho realizou a modulação da via de mTOR em cardiomiócitos derivados de hiPSC utilizando a Rapamicina, um inibidor de mTORC1. Através de expressão proteica verificamos que há ativação de mTORC1 após a infecção (24 hpi) e que a inibição deste complexo utilizando Rapamicina diminui a replicação parasitária (48 hpi). Essa alteração é acompanhada de aumento na taxa de consumo de oxigênio (OCR), principalmente 48 hpi, e o tratamento com Rapamicina foi capaz de reverter a OCR para valores similares ao controle. A quantidade de mitocôndrias foi avaliada para saber se havia correlação com o aumento de OCR, porém essa quantidade é menor que o controle tanto nos grupos infectados quanto no infectado e tratado. Utilizando um indutor de mitofagia (CCCP) foi demonstrado que esse mecanismo ocorre após a infecção, porém a queda na replicação avaliada com a Rapamicina é independente da mitofagia. Avaliando a dinâmica de escape do parasita para o citoplasma foi possível perceber que o efeito da Rapamicina ocorre através do aumento do tempo de retenção dos parasitas no vacúolo parasitóforo, atrasando assim o tempo de multiplicação. Com isso é possível concluir que a inibição de mTORC1 gera efeitos em cardiomiócitos que levam à diminuição de replicação parasitária de maneira independente da biogênese mitocondrial ou mitofagia, mas agindo na dinâmica de escape dos parasitas do vacúolo para o citoplasma