Potencial mitigador do óleo de cravo sobre as respostas fisiológicas ao estresse de exposição aérea e de transporte no lambari, Astyanax altiparanae (GARUTTI & BRITSKI, 2000)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Ricardo Henrique Franco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-22092016-093659/
Resumo: Para avaliação do potencial anestésico do óleo de cravo na mitigação dos efeitos fisiológicos do estresse de exposição aérea e de transporte do lambari, A. altiparanae, foram realizados dois experimentos. No primeiro, fêmeas adultas (n = 80) foram submetidas a quatro tratamentos: controle, anestesia (óleo de cravo 50 mg.L-1), estresse (exposição aérea durante 5 minutos) e anestesia prévia ao estresse. Registraram-se os níveis plasmáticos de cortisol, glicose e lactato, o hematócrito, índice hepatossomático (IHS), as concentrações de glicogênio hepático e muscular branco, a peroxidação lipídica e a atividade das enzimas lactato desidrogenase (LDH), catalase (CAT) e glutationa redutase (GR). Os dados foram submetidos à ANOVA, comparando-se as médias pelo Teste de Tukey (p<0,05). No segundo experimento, avaliaram-se a concentração adequada e os efeitos do anestésico, combinado ou não ao NaCl (sal), sobre as respostas ao estresse de transporte simulado em juvenis (n = 1.269). Foi estabelecido um delineamento inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 3x3 (0, 3 e 6 g.L-1 de NaCl; 0, 5 e 7,5 mg.L-1 do anestésico). Os dados foram submetidos à ANOVA com estudo de regressão (p<0,05). No primeiro experimento, observou-se elevação da glicose (53,9%) após a anestesia e/ou o estresse. O estresse elevou os níveis de cortisol (146,6%), de lactato (294,6%) e a peroxidação lipídica no músculo branco (45%) e reduziu o glicogênio muscular (40,1%). O hematócrito aumentou 7,9% após o estresse ou a anestesia. O glicogênio hepático e o IHS não diferiram entre os tratamentos. A anestesia ou o estresse não alteraram a atividade da LDH, mas reduziram a atividade da CAT (46,1%) e da GR (30,3%). No segundo experimento observou-se redução linear da glicose em função das diferentes concentrações de anestésico, na presença de sal (3 g.L-1), e redução quadrática desta variável em função das concentrações crescentes de sal, na presença de anestésico (7,5 mg.L-1). O sal ou anestésico reduziram linearmente o cortisol, entretanto, não houve alteração do hematócrito e do IHS. A adição crescente de sal aumentou linearmente o glicogênio hepático, elevou de forma quadrática o glicogênio muscular e reduziu linearmente o lactato. A anestesia provocou aumento linear do glicogênio muscular e não alterou a peroxidação lipídica, variável que aumentou de forma quadrática em função do acréscimo de sal. A LDH reduziu linearmente, em função das concentrações crescentes de sal, e houve efeito quadrático da interação sal e anestésico nesta resposta. A adição do anestésico provocou redução linear na atividade da CAT e a atividade da GR foi elevada pela interação entre sal e anestésico. Conclui-se que a exposição aérea e o transporte caracterizam-se como agentes estressores em lambaris, reduzindo o bem-estar e a qualidade do pescado. O óleo de cravo na concentração 50 mg.L-1 mitiga as respostas fisiológicas ao estresse e não provoca a peroxidação lipídica, porém não evita esta resposta causada pela exposição aérea. O óleo de cravo e o sal nas concentrações 5 e 7,5 mg.L-1 e 3 a 6 g.L-1, respectivamente, isolados ou associados, são seguros e eficazes para mitigar os efeitos do estresse de transporte no lambari.