Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Londero, Paola Richter |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-24062020-171826/
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Resumo: |
Ao ingressar em uma cooperativa, o seu membro adquire direito de propriedade, composto pelo direito de controle residual e direito de retorno residual, e o direito de ser usuário da cooperativa. A atuação do cooperado como usuário propicia que outras estratégias de retorno, diferentes do resíduo empresarial, sejam utilizadas, tais como: estratégias de preço e assistência. Porém, a compreensão de diferentes estratégias de retorno aos cooperados nem sempre é clara, já que a contabilidade utiliza a lógica mercantil no processo contábil oferecido aos retornos econômicos e sociais, reflexo da teoria da firma, onde o resíduo empresarial é o único sinônimo de retorno e sucesso empresarial. Dessa forma, a pesquisa tem como objetivo analisar o tratamento contábil utilizado nos retornos econômicos e sociais gerados pelas cooperativas agropecuárias, discutir suas consequências e limitações, bem como propor sugestões de alternativas de tratamento. Para tanto, os procedimentos metodológicos utilizados foram a análise documental e entrevistas. A análise documental, baseada na análise dos demonstrativos financeiros publicados por 55 cooperativas presentes na lista das 400 empresas do ramo do agronegócio da Revista Exame - Melhores e Maiores 2016, revelou que poucas cooperativas informam sobre as estratégias de retorno via preço e assistência, a baixa utilização da estratégia de juros sobre capital próprio, e a necessidade de normatização de procedimentos contábeis. As contribuições sobre o tratamento contábil, consequências, limitações e sugestões, foram levantadas por meio de 45 entrevistas realizadas com representantes do movimento cooperativista: contadores e presidentes/diretores de cooperativas, conselheiros fiscais, auditores e pesquisadores do movimento. Os resultados demonstram que os cooperados tendem a requerer estratégias via preço, coerente com a sua orientação de curto prazo e concorrência imposta pelo mercado, porém, ao mesmo tempo, têm dificuldade de perceber o diferencial de preço como retorno direto e também mensurar esse retorno. Por outro lado, os gestores optam por estratégias via resíduo empresarial, como sobras, em função de sua atuação como reguladora de mercado, necessidade de investimento e pressões do mercado e dos próprios cooperados por resultados, o que dificulta a aplicação da teoria sobra zero e ocasiona o processo de isomorfismo que as cooperativas tendem a realizar buscando reconhecimento ou reputação. No âmbito do processo contábil, a Interpretação Técnica Geral 2004 trouxe avanços, principalmente no processo de reconhecimento dos estoques, contudo, ainda existem aspectos que carecem de normatização e padronização pelas cooperativas agropecuárias. No que se refere ao processo contábil oferecido aos retornos econômicos e sociais, é possível constatar, através das contribuições, que a contabilidade tradicional limita o reconhecimento de estratégias via preço e assistência, bem como dificulta sua utilização e a compreensão dos cooperados, sendo uma solução a inclusão de um demonstrativo de distribuição de retorno ao cooperado como parte do relatório de gestão da cooperativa. Por fim, há evidências da necessidade de educação cooperativista e capacitação contábil dos cooperados, como forma de possibilitar a compreensão da informação contábil e estimular a participação efetiva na prestação de contas, viabilizando que as informações contábil-financeiras sirvam ao seu propósito e sejam utilizadas para tomada de decisão dos cooperados. |