Fatores de risco para infecção do sítio cirúrgico em transplante de fígado: coorte histórica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Ramon Antônio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-17052017-125931/
Resumo: Introdução: As infecções do sítio cirúrgico (ISC) estão entre as principais complicações em pacientes submetidos ao transplante de fígado, com incidências que variam de 10,4% a 23,6%. Ademais, recente revisão da literatura aponta lacunas entre os fatores de risco para esta população específica. Objetivo: Analisar a incidência e os fatores de risco para o desenvolvimento de ISC entre pacientes adultos submetidos ao transplante de fígado. Método: Coorte histórica, realizada por meio de consulta a prontuários de pacientes adultos submetidos ao transplante de fígado entre os anos de 2009 e 2015, em um hospital filantrópico do interior do Estado de São Paulo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Para análise dos dados utilizou-se medidas de tendência central e de variabilidade, os testes 2 de Pearson, teste exato de Fisher, Mann-Whitney e Wilcoxon-Mann-Whitney. Após análise bivariada, as variáveis foram incluídas em um modelo de regressão Classification and Regression Tree. Resultados: Foram investigados os prontuários de 156 pacientes submetidos ao transplante de fígado, dos quais 26,9% desenvolveram ISC. Verificou-se que elevado tempo cirúrgico (>487 minutos) associado a diferenças de índice de massa corporal entre doador e receptor (>1,3 kg/m2) aumentaram a chance de ISC em aproximadamente 5,5 vezes (OR 5,5; IC 95% 2,5-11,8); e glicemia capilar (>175 mg/dl) nas primeiras 96 horas de pós-operatório elevou a chance de ISC em aproximadamente três vezes (OR 2,97; IC 95% 1,43-6,17). Os principais micro-organismos isolados em sítios de coleta diretamente relacionados à ISC foram Staphylococcus sp., P. aeruginosa, Klebsiella sp., A. baumanii e C. albicans. Conclusão: Encontrou-se elevada incidência de ISC entre a população estudada. Os fatores de risco encontrados para esta categoria de pacientes diferem dos amplamente apontados pela literatura científica em outras categorias ou especialidades cirúrgicas.