\"As escolas são tudo igual - só muda as criança\": o ensino fundamental fotografado pelos alunos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ciardella, Thaís Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-03102019-123443/
Resumo: A presente pesquisa assumiu como objetivo geral contribuir para a reflexão sobre o currículo proposto para o Ensino Fundamental de nove anos, visto na relação com as infâncias, tomando por base aquilo que as crianças escolheram como elementos identificadores da escola e de suas práticas. Os procedimentos propostos envolveram pesquisa bibliográfica sobre a temática, análise documental que incidiu sobre documentos de produção oficial a respeito da ampliação do Ensino Fundamental para nove anos e a realização de rodas de conversa com crianças de uma escola pública da rede municipal de São Paulo acerca de fotografias produzidas por elas sobre seu cotidiano escolar. Com base nesses materiais as imagens e os discursos dos sujeitos sobre as imagens , destacamos possíveis significados atribuídos pelas crianças às experiências escolares, bem como procuramos identificar o espaço para a expressão das infâncias nas práticas escolares do Ensino Fundamental. A expressão desses significados pelas crianças foi analisada em função do seu potencial para a criação (ou não) de condições para o desenvolvimento da aprendizagem, ou de uma relação com o saber na perspectiva de Charlot na interface infância-escola, considerando os direitos da criança de brincar, de participar e de aprender na escola de Ensino Fundamental. O referencial teórico assumido trouxe as discussões de Gimeno Sacristán para problematizar as marcas de um ensino escolarizado que exige comportamentos de aluno. Também se apoiou na sociologia da infância de Sarmento e de Corsaro para discutir não só o descompasso entre a infância a cultura escolar, mas para mostrar que as culturas infantis fortalecem, nos alunos, o sujeito criança. Nossa análise ressalta situações nas quais as crianças ocupam os tempos e os espaços disponíveis para criar cultura, mesmo em um espaço que organiza o currículo a partir de uma imagem empobrecida de criança. Salientamos que a escola atual precisa legitimar a cultura infantil, em um movimento necessário ao fazer pedagógico, reinventando a cultura escolar, adultocêntrica e homogeneizadora, como forma para potencialmente fortalecer o sentido da escola e do conhecimento escolar.