Caracterização dos potenciais evocados auditivos corticais em indivíduos com longo tempo de uso do implante coclear

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lopes, Raquel Caroline Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-05042013-150441/
Resumo: As mudanças fisiológicas no sistema auditivo relacionadas à idade refletem nos potenciais evocados auditivos, sendo possível, assim, determinar a relação existente entre estas mudanças e o desenvolvimento das habilidades auditivas comportamentais. A percepção do som pode alterar o eletroencefalograma do humano ouvinte, e estas modificações podem ser extraídas deste registro, identificando os potenciais evocados auditivos, usados para descrever a resposta do sistema auditivo frente à estimulação. O implante coclear tem sido uma opção de sucesso para a reabilitação auditiva de crianças com perda auditiva de grau severo ou profundo; o uso do dispositivo por longo tempo pode alterar as respostas do sistema nervoso auditivo central para a estimulação elétrica por meio do implante coclear, uma vez que a literatura apresenta que a experiência com o implante coclear proporciona melhores resultados quanto à percepção da fala. O objetivo deste estudo foi identificar e verificar as características do componente P1 dos potenciais evocados auditivos corticais em indivíduos com deficiência auditiva com longo tempo de uso do implante coclear e correlacioná-los com o desempenho da percepção da fala e, secundariamente, a outras variáveis relacionadas ao implante coclear. Participaram deste estudo 30 usuários de implante coclear que foram implantados na idade de dois a quatro anos, de ambos os sexos, com tempo de uso do dispositivo eletrônico variando entre seis a 14 anos. Foi pesquisado o componente P1 dos potenciais evocados auditivos corticais com o estímulo de fala /da/ e avaliada a percepção da fala com lista de sentenças. Os procedimentos foram realizados em campo livre. Como resultado, foi constatado que o componente P1 foi registrado em todos os indivíduos avaliados, com valores médios latência em 131,87±34,46 ms e amplitude 2,42±1,46 &#956;V. Notou-se a ocorrência da redução da latência (p=0539) e o aumento da amplitude (p=0,297) do componente P1, com ausência de correlação entre os grupos com menos e mais de 10 anos do uso do dispositivo eletrônico. Ao analisar o desempenho na percepção da fala e as características do componente P1, pela pontuação comportamental, foi considerado como desempenho \"bom\" o escore >54%, e \"ruim\" <=54%, e posterior análise da média de latência do P1 (p=0753) e da amplitude (p=0,399) em ambos os grupos, não foi encontrada diferença estatisticamente significante. Deste modo, a presença do componente P1 em indivíduos usuários de implante coclear demonstra que o implante coclear restaura a capacidade de ouvir. O padrão maturacional do potencial cortical segue o curso semelhante ao da criança ouvinte, porém com um atraso na latência e diminuição da amplitude. Após longo período de uso do implante coclear, o componente P1 não é um preditor único do desempenho na percepção de fala.