Relação entre homocisteína e parâmetros do estado nutricional em pacientes mantidos em diálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Almeida, Carla Cristina Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-10122024-170249/
Resumo: O acúmulo de Homocisteína (Hcy) é reconhecido como fator de risco para doenças cardiovasculares (DCV) e, em pacientes em diálise, esta associação pode estar invertida, demonstrando que uma redução, ao invés de um aumento na concentração de Hcy, pode ser preditor de resultados clínicos ruins e de DCV, fenômeno este referido como epidemiologia reversa. Dessa forma, o presente estudo objetiva que o esclarecimento das relações entre homocisteína, parâmetros indicadores do estado nutricional (bioquímicos, antropométricos e dietéticos), estado inflamatório e fatores de risco tradicionais para doenças cardiovasculares em pacientes tratados com diálise, na presença ou não da síndrome subnutrição-inflamação, possam esclarecer o significado da hiperhomocisteinemia nestes grupos. A hiperhomocisteinemia foi constatada em grande parte dos pacientes em ambos os grupos (88,2% em HD e 81% em PD), com prevalência total de 85,7%, sendo 60% na forma leve e 25,7% na forma moderada, embora os pacientes não tenham apresentado deficiências de ácido fólico e vitamina B12. Por meio da pontuação aumentada da Avaliação Subjetiva Global (AGS) e importante prevalência de hipoalbuminemia (69%), constatou-se a presença de subnutrição acompanhada de inflamação, conforme foi observado pelo aumento das citocinas inflamatórias (100% apresentavam Fator de Necrose Tumoral alfa (TNFα) acima dos valores de referência, 43% apresentavam Interleucina-6 (IL-6) aumentada e 47% apresentavam Proteína-C reativa (PCR) aumentada. A Hcy se correlacionou positivamente com albumina e creatinina e negativamente com Colesterol Total (CT), Lipoproteína de Alta Densidade (HDLc), Prega Cutânea do Tríceps (PCT), % de gordura corporal, ácido fólico e vitamina B12. Os principais determinantes da hiperhomocisteinemia nesses pacientes foram o próprio método de diálise, a Circunferência Muscular do Braço (CMB), creatinina, creatina-kinase (Ck), HDLc e ácido fólico. Entretanto, o melhor modelo que explicaria o aumento da concentração plasmática de Hcy nesses pacientes foi determinado pela diálise, creatinina, Ck, ácido fólico e CT. Conclui-se, portanto, que os pacientes estudados apresentavam a Síndrome Subnutrição-Inflamação, a qual poderia contribuir para o aumento da concentração plasmática de Hcy, sendo que alguns dos principais marcadores nutricionais que poderiam determinar essa hiperhomocisteinemia corroboram os achados de alguns autores quanto à presença do fenômeno da Epidemiologia Reversa nesses grupos.