Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Santini Junior, Luiz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-03102018-182216/
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Resumo: |
O termo \"área verde\" é compreendido como espaços urbanos que têm em comum a acessibilidade, a relação da saúde, recreação e que proporcionam interação das atividades humanas com o meio ambiente, atuando no equilíbrio climático e na qualidade de vida nas cidades como filtro ou barreira natural do vento, som e particulados do ar, melhorando a qualidade do clima, do solo, da água, fauna e flora, etc. Neste contexto destaca-se o Parque Philippe Westin Cabral de Vasconcelos, conhecido como Parque da ESALQ, localizado no Campus da Universidade de São Paulo, em Piracicaba/SP. Com aproximadamente 15h é o segundo maior parque em extensão e o mais frequentado dentre os cinco parques existentes no município, inaugurado em 1907 e passou a representar um patrimônio digno de preservação, pelo aspecto histórico e pelo valor científico, didático, ecológico e cultural, sendo tombado em 2006. Seu histórico é marcado por uma dinâmica de reformas e intervenções para melhoria e modernização da área, além do manejo inadequado que estão comprometendo a manutenção do projeto paisagístico original. Assim, no intuito de subsidiar um Plano de Manejo Sustentado para o Parque da ESALQ, o presente estudo foi dividido em três capítulos: o primeiro faz um levantamento florístico das 100 principais espécies arbóreas que compõem o Parque da ESALQ, para elaboração do \"Guia Ilustrado das Árvores da ESALQ\", com a caracterização dendrológica e anatômica do lenho das espécies. Foi identificada predominância da família Leguminosae, seguida das famílias Malvaceae e Bignoniaceae. Sobre a importância, as mais abundantes foram as espécies produtoras de madeira de qualidade (46%), seguindo-se as de importância paisagística e ornamental (28%), e produção de frutos e aplicação medicinal (12-14%) e ainda 10 espécies que se encontram sob algum grau de ameaça. No capítulo 2, foram identificados alguns dos principais problemas que comprometem a conservação do Parque da ESALQ, por meio de cinco estudos de caso. Os resultados apontam para sucessivas práticas de podas irregulares nos ramos das árvores que estão levando as espécies à senescência, pela exposição do tecido lenhoso e consequente estabelecimento de organismos xilófagos. A ocorrência de espécies exóticas invasoras vegetais infestando diversas áreas do parque e competindo por recursos com as árvores do local foi outro grave problema identificado. Também se constatou a presença de animais domésticos errantes (gatos e cães) que estão relacionados com a predação de algumas espécies nativas do local (aves e mamíferos), além de árvores caídas e tocos remanescentes de antigas supressões que representam via de acesso e estabelecimento de fungos e cupins que podem infectar árvores sadias. A abertura de valetas para manutenção e substituição de encanamentos levou à destruição de partes de algumas raízes de pau Brasil (Paubrasilia echinata) e Mirindiba rosa (Lafoensia glyptocarpa) afetando no desenvolvimento natural das árvores. Todos os fatores apontados colocam em risco a conservação do parque e precisam ser pautados nas discussões para criação do Plano de Manejo Sustentado do Parque da ESALQ. Por fim, o capítulo 3 versa sobre a potencialidade na utilização de três métodos não destrutivos para análise da biodeterioração do lenho causada por fungos em cinco espécies arbóreas do Parque da ESALQ. A preparação de lâminas histológicas permitiu analisar a extensão das injúrias causadas no lenho, com diferentes níveis de destruição da estrutura anatômica da madeira. Já a aplicação da microdensitometria de raios x e de fluorescência de raios X, para elaboração dos perfis físicos e químicos, revelaram alterações significativas nas amostras entre as regiões sadias e afetadas do lenho. Sob o ponto de vista físico, tais alterações estão relacionadas à perda de densidade nas regiões de lenho doente e aumento nas regiões de compartimentalização (isolamento físico-químico). Por sua vez, o perfil químico aponta para ocorrência de alguns elementos principais que podem estar relacionados com a resposta fisiológica da planta ao ataque de patógenos. Dessa forma, o presente estudo permitiu identificar as principais espécies arbóreas do Parque da ESALQ, além do apontamento dos principais problemas que comprometem sua conservação, que pode servir como documento de apoio à elaboração de um plano de manejo sustentado que contribua para conservação desta histórica área verde do estado de São Paulo. |