Avaliação da estabilidade dos compostos bioativos de polpas de frutas nativas submetidas ao processo de irradiação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Castelucci, Ana Carolina Leme
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/64/64134/tde-06102015-144037/
Resumo: O Brasil é um dos principais produtores de frutas, porém esta produção está pautada em frutas na maioria das vezes exóticas. Existe uma diversidade de frutas nativas brasileiras ainda desconhecidas e pouco exploradas. Tendo em vista a grande importância da Myrtaceae no que diz respeito à conservação da Mata Atlântica; o potencial econômico e nutricional da produção de polpa de frutas nativas; e considerando que o processamento de alimentos pode exercer efeitos sobre o nível de nutrientes, particularmente no que tange ao teor de compostos bioativos e sua atividade antioxidante, este trabalho teve como objetivo gerar conhecimento sobre a composição e capacidade antioxidante das polpas de frutas, com o intuito de ampliar seu consumo, potencial de comercialização e agregar valor as mesmas, bem como, avaliar o efeito da radiação gama nas propriedades bioativas, durante o período de armazenamento refrigerado das polpas e, por fim, a identificação e quantificação dos compostos fenólicos. As polpas de uvaia (Eugenia pyriformis Camb.), cambuci (Campomanesia phaea), feijoa (Acca sellowiana), grumixama (Eugenia brasiliensis) e cereja do rio grande (Eugenia involucrata), foram divididas em 5 lotes, 4 deles foram submetidos ao tratamento de irradiação (0, 2, 4, e 6 kGy) e 1 lote a pasteurização (85°C/5min.). Os resultados demonstraram que as polpas possuem quantidades expressivas de compostos com atividade antioxidante, sendo que, a polpa de uvaia destacou-se pelos teores de ácido ascórbico, que variaram de 89,99 mg.100 g-1 na pasteurizada a 64,74 mg.100 g-1 a 6 kGy, e pelos carotenoides, que variaram de 24,7 ?g.g-1 no controle a 15,94 ?g.g-1 a 4 kGy. Na feijoa destacam-se os flavonoides no controle, 10,21 mg de ác. gálico.mL-1, nas irradiadas com 2; 4 e 6 kGy, 9,75; 11,58 e 12,79 mg de ác. gálico.mL-1, respectivamente, e na pasteurizada 12,64 mg de ác. gálico.mL-1. As antocianinas foram encontradas em maiores quantidades nas polpas de grumixama (pasteurizadas, 106,01 mg eq. cianidina-3-glicosideo.L-1, irradiadas a 2, 4 e 6 kGy, 52,93; 32,36 e 48,64, respectivamente e no controle 59,75) e cereja do rio grande (pasteurizadas 136,33 mg eq. cianidina-3-glicosideo.L-1, controle 77,11 mg eq. cianidina-3-glicosideo.L-1 e nas irradiadas 74,91; 77,7 e 69,47 mg eq. cianidina-3-glicosideo.L-1, respectivamente a 2, 4 e 6 kGy). Na polpa de cambuci não foram encontrados teores de flavonoides e antocianinas e apresentaram valores relativamente baixos dos outros compostos estudados. O composto fenólico majoritariamente encontrado na polpa de uvaia foi o ácido gálico, na feijoa os ácidos elágico e quínico, no cambuci, o ácido quínico, na grumixama o ácido elágico e a quercetina e na cereja do rio grande o ácido quínico e a rutina. Apesar da radiação gama ser um eficiente método de conservação e poder ser utilizada sem prejuízo dos compostos bioativos, nas condições estudadas, as doses entre 2 e 6 kGy, não foram efetivas para evitar as perdas dos compostos bioativos de interesse, no período de armazenamento, apresentando resultados inferiores em relação à pasteurização quanto às antocianinas, compostos fenólicos totais e a atividade antioxidante, medida por ABTS e DPPH