Mecanismos físicos e biológicos de retenção de nutrientes em riachos tropicais

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Cavallini, Álvaro Gennari
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: ambientes aquáticos; anthropogenic impacts; aquatic environments; autodepuração; ecosystem services; impactos antropogênicos; self-depuration; serviços ecossistêmicos
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-14052024-093139/

Os seres humanos obtém dos ecossistemas naturais benefícios diretos e indiretos, conhecidos como serviços ecossitêmicos. A retenção de nutrientes por ambientes aquáticos é uma das principais funções ecossitêmicas dos corpos hídricos e ocorre por mecanismos físicos e biológicos de autodepuração. Muitos estudos sobre retenção de nutrientes em corpos hídricos foram desenvolvidos em ambientes de clima temperado. No entanto, ambientes de clima tropical ainda carecem de pesquisas dedicadas à avaliação das ações antropogênicas de vêm afetando esse processo. O objetivo principal dessa pesquisa foi estimar as taxas de retenção de nitrato, amônio e fosfato em cinco trechos de quatro riachos caracterizados por diferentes condições ambientais, com vistas a avaliar sua capacidade autodepurativa em relação aos nutrientes durante o período de fevereiro a setembro de 2017. Por meio do uso de metodologias recentes e pouco aplicadas em ambientes de clima tropical (TASCC - Trace Addition for Spiraling Curve Characterization), foram realizados pulsos de nutrientes para quantificar e modelar as métricas de retenção (distância, taxa e velocidade de retenção ambientais) e suas parcelas física e biológica. Com relação a essas métricas, foram encontradas diferenças espaciais significativas entre os riachos anaisados, mas não foram observadas diferenças temporais entre as coletas. Com relação ao fosfato, os riachos apresentaram distâncias de retenção entre 50-337 m, com taxas entre 8-191 µg m-² min-¹ e velocidades entre 0,4-12,4 mm min-¹. O nitrato apresentou distâncias entre 107-1653m, com taxas entre 163-3149 µg m-²min-¹ e velocidades entre 0,2-4,3 mm min-¹. Por último, com realção ao amônio, os riachos apresentaram distâncias de retenção entre 18-360 m, com taxas entre 1-281 µg m-² min-¹ e velocidade entre 0,5-38,1 mm min-¹. Todos os riachos tiveram maiores retenções atribuídas a processos físicos em detrimento dos biológicos. Concluiu-se que alguns dos riachos analisados, especialmente os mais preservados, desempenharam um papel relevante na retenção dos nutrientes, sendo caracterizados como estratégicos em relação a esse serviço ambiental.