Mortalidade de pessoas de 15 a 49 anos: descrição e análise de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rosa, Ana Priscila Eleodoro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-10112023-172736/
Resumo: A compreensão das estatísticas de mortalidade de uma população é essencial para a quantificação de variáveis epidemiológicas. Tais variáveis tem por objetivo prover dados necessários para diagnóstico situacional, planejamento, avaliação e monitoramento das ações dos serviços de saúde, além de possibilitar a descrição da história das doenças e identificar fatores determinantes do desenvolvimento dessas. Por ser multifatorial, o processo saúde-doença e morte não pode ser explicado somente pelas causas biomédicas de morte presentes nas declarações de óbito, mas também pelos determinantes sociais de saúde que estão envolvidos nesse processo. A mortalidade de mulheres em idade fértil (15 a 49) além de incorporar as mortes por causas relacionadas a gravidez, parto e puerpério, engloba também óbitos por causas externas, doenças crônicas e infeciosas. O presente estudo teve por objetivo caracterizar o perfil das pessoas falecidas de 15 a 49 anos de idade no município de Ribeirão Preto no ano de 2019 e analisar e comparar as mortes de mulheres em idade fértil em relação aos homens na mesma faixa etária por meio de análise de gênero. Trata-se de um estudo observacional, de modelo de corte transversal, que analisou todas as declarações de óbitos de pessoas residentes no município de Ribeirão Preto no ano de 2019. Para o período estudado foram encontrados 441 óbitos de pessoas entre 15 e 49 anos, sendo 303 masculinos e 138 femininos. A maioria destes óbitos ocorreu entre pessoas de pele branca (72,3%), não casadas (77,1%), residentes da zona norte da cidade (42,9%), com registro do óbito nos serviços de saúde (69,8%). Para as mulheres as principais causas de morte foram neoplasias (23,9%), doenças do aparelho circulatório (21,7%) e doenças do aparelho respiratório (13%). Em relação às mortes femininas diretamente relacionadas ao gênero, foi observado um feminicídio e uma morte materna em 2019. Para os homens foram observadas mortes por causas externas (35%), doenças do aparelho circulatório (13,9%) e neoplasias (13,5%). A população masculina apresentou maior perda de anos potenciais de vida nessa faixa etária. O padrão de mortalidade masculina encontrado é semelhante de outros locais do globo, onde as mortes de homens por causas externas chamam a atenção nessa faixa etária. Fatores biológicos e determinantes sociais buscam explicar diferenças de mortalidade por gênero, enaltecendo a necessidade de mudanças de modelos culturais relacionados ao gênero na sociedade.