Potencial antimicrobiano do muco epidérmico de pacu (Piaractus mesopotamicus) e tambaqui (Colossoma macropomum), espécies nativas do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Mazine, Marina Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
AMP
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-17062021-161241/
Resumo: Os peptídeos antimicrobianos (AMPs) são compostos de defesa encontrados em plantas ou animais, relacionados a mecanismos de ação diferentes dos agentes antimicrobianos tradicionalmente utilizados. Os AMPs vêm sendo amplamente estudados e ainda possuem uma gama de ações e mecanismos a serem descobertos, podendo ser, portanto, uma alternativa aos antimicrobianos já conhecidos. Além disso, podem ser alternativas aos antibióticos convencionais utilizados na agricultura e piscicultura. Os peixes estão em constante contato com diversos microrganismos no ambiente aquático e isso torna relevante o estudo dos seus mecanismos de resposta imune, sendo o muco epidérmico o primeiro mecanismo de defesa, já que está em contato com o ambiente externo. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antimicrobiano do muco (e suas frações) de duas espécies de pescado nativas do Brasil, o pacu (Piaractus mesopotamicus) e o tambaqui (Colossoma macropomum), frente a quatro bactérias relevantes para saúde humana e produção de alimentos: Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Staphylococcus aureus e Salmonella entérica. As coletas de amostras foram realizadas em dois momentos diferentes do ano para identificar a influência da sazonalidade na composição do muco. Foram realizadas etapas de purificação e fracionamento das amostras de muco por extração em fase sólida (SPE - Solid Phase Extraction) em diferentes concentrações de isopropanol (0%, 20%, 40%, 60% e 80%.) A concentração de proteínas das amostras purificadas de muco foi em média 5,65 ± 0,39 mg/mL na estação seca (tambaqui) e 1,99 ± 0,09 mg/mL na mesma estação (pacu). Na estação úmida o tambaqui apresentou teor de proteína de 3,03 mg/mL ± 0,11 e o pacu teve, em média 0,88 mg/mL ± 0,09. Os resultados das análises das frações isoladas por eletroforese SDS-PAGE indicaram que a concentração de proteínas de 0,10 mg/mL da amostra fracionada de muco de pacu, com massa molecular menor de 13 kDa, apresentou atividade inibitória diante das quatro bactérias. Da mesma forma, amostras com perfil similar (menos de 13 kDa) e concentração proteica de 0,40 mg/mL proveniente de muco de tambaqui apresentou atividade inibitória diante das quatro bactérias estudadas, indicando que há potencial para estudo da composição dos mucos visando futuras aplicações. Além disso, o muco demonstrou diferenças sazonais, ampliando a possibilidade de estudos relativos aos peptídeos provenientes dessas espécies de pescado brasileiras.