Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Jacomo, Amabile Cristina Sass |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-21092016-155103/
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Resumo: |
A organização do trabalho passou por diversas mudanças, sendo a mais recente e atual a da gestão flexível, que contém várias práticas que podem ocasionar, dependendo da forma como são geridas, malefícios à saúde mental do(a) trabalhador(a) e estresse, principalmente se ele(a) for líder, em razão das responsabilidades inerentes à posição. As empresas brasileiras, em torno da década de 1990, começaram a adotar algumas características da gestão flexível para se adequarem às novas demandas econômicas, políticas e sociais. Tal processo ocorreu em paralelo com a transformação de alguns escritórios de advocacia brasileiros, que adentraram no pós-profissionalismo em detrimento do clássico modelo (profissionalismo) tendo como uma de suas características a implantação de grandes bancas advocatícias. Essas bancas, por sua vez, possuem algumas práticas da gestão flexível, que, dependendo da forma com que são organizadas e dos recursos da pessoa para lidar com as demandas exigidas, podem levar a situações potencialmente estressoras. Assim, o estudo teve como objetivo identificar os potenciais estressores ocupacionais autopercebidos pelos(as) advogados(as) líderes de duas unidades de uma grande sociedade de advogados(as) e analisar os impactos dos mesmos em suas vidas. Para tanto, foram realizados estudos de casos múltiplos com 9 advogados(as) líderes das unidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Para a análise das entrevistas utilizou-se a técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977/2009). Foram encontrados como estressores potenciais autopercebidos fatores ligados ao reconhecimento; foco somente nos resultados; sobrecarga e ritmo de trabalho; cultura da urgência; conflito de papeis; falta de controle; imprevisibilidade; decidir com o(a) cliente o trabalho e o tempo de realização do caso, sem antes checar a disponibilidade do(a) advogado(a) que fará o serviço; metas; equipe júnior. Tais potenciais estressores podem levar à frustração e sentimento de injustiça; medo de errar; desequilíbrio entre o lazer e o trabalho; e falta de autonomia. Apesar de todos os potenciais estressores apontados, a maioria dos(as) advogados(as) não se percebe com estresse. Além disso, a maioria julga possuir autonomia. Porém, foi analisado que a autonomia e diversos direitos que os(as) advogados(as) possuíam no profissionalismo parecem não mais existir nas relações de trabalho contemporânea, com base no escritório pesquisado, devido ao formato da organização que leva à maior aproximação dos(as) advogados(as) como funcionários(as). Nas considerações finais, foi apontado que os estressores potenciais autopercebidos relacionam-se ao modelo da gestão atual, demonstrando as formas de atuação contemporânea dos escritórios, distantes do perfil clássico, e as consequências que podem acarretar. Tais potenciais estressores não são eventos isolados, fazem parte da rotina diária da maioria dos(as) entrevistados(as) e aparentam ter como ponto central as metas e o reconhecimento. Espera-se contribuir com pesquisas futuras sobre o estresse dos(as) advogados(as) e ter contribuído para a reflexão sobre as relações de trabalho da advocacia contemporânea e as consequências que essas podem acarretar à vida pessoal e profissional dos(as) advogados(as) associados(as) líderes, principalmente à sua saúde |