Adolescentes e tabagismo: o que pensam sobre a família, a escola, os pares, e si mesmos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Tirado Ochoa, Lourdes Rosario
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-25032008-163640/
Resumo: Trata-se de um estudo descritivo, transversal com comparações entre grupos, desenvolvido em duas etapas. Na primeira etapa buscou-se identificar: padrão de consumo de tabaco, características da família, escola e pares. Na segunda etapa, com apoio de conceitos da teoria da identidade social, buscou-se identificar as representações que adolescentes têm de pessoas fumantes e não fumantes e suas identificações com as qualificações atribuídas a esses dois conjuntos de indivíduos. Foram participantes 494 adolescentes, com idades entre 15 e 18 anos, estudantes de ensino médio de duas escolas da cidade de Hermosillo, Sonora, México (62,5% do sexo feminino). Na primeira etapa foram empregados os seguintes instrumentos para coleta de dados: Questionário Mundial sobre Tabagismo em Jovens \", Global Youth Tobacco Survey (GYTS), e Questionário de Tolerância de Fageström (QTF).Na segunda etapa, 26 adolescentes foram entrevistados individualmente com apoio de um roteiro previamene elaborado. Os principais resultados da primeira etapa mostram que 45,7% (n=226) experimentaram cigarros uma vez na vida; 88,7% não são fumantes atualmente e 11,3% são fumantes. A idade de início do tabagismo compreende o período de 13 a 15 anos; 89,3% apresentam muito baixo nível de dependência de nicotina. Os lugares preferidos para fumar são as reuniões sociais e a escola. Não foram encontradas diferenças entre os grupos de fumantes e não fumantes quanto ao uso de cigarros por seus pais. Com relação ao uso de cigarros por amigos identificaram-se diferenças entre os grupos (X² = 62,75; p< 0,001); 49,1% dos adolescentes fumantes disseram que seus melhores amigos são também fumantes e 11% dos não fumantes assim responderam. Encontrou-se diferença também quanto a aceitar a oferta de cigarro dos melhores amigos (X² = 251,81; p< 0,001), 71.2% dos não fumantes responderam que não aceitariam enquanto que 71,4% dos fumantes responderam que provavelmente aceitariam. Quanto à crença que deixar de fumar é difícil, as diferenças entre os grupos foi também significante (X² = 22,44; p< 0,001), 42,6% dos não fumantes respondeu que é difícil deixar de fumar e 41,8% fumantes responderam que não é difícil deixar de fumar. As representações que os adolescentes têm de mulheres e de homens que fumam são também diferentes (X² = 37, 13, p< 0,001; X² = 39, 84, p< 0,001 respectivamente). Em geral são atribuídas características negativas sendo que as mulheres são rotuladas negativamente em maior proporção. Quanto aos resultados da segunda etapa do estudo, obteve-se que quando adolescentes fumantes e não fumantes qualificam indivíduos não fumantes eles tendem a atribuir-lhes características positivas. O contrário ocorre quando se trata de qualificar indivíduos que fumam. Há, ainda, uma porcentagem de entrevistados para os quais não há características distintivas de indivíduos fumantes e não fumantes. Ao avaliarem a si mesmos quanto a apresentarem as características que atribuíram a indivíduos fumantes e não fumantes verifica-se que os fumantes tenderam a não se ver naquelas representações. Por seu turno, os não fumantes tenderam a ver-se com as características de indivíduos não fumantes. Tais resultados são relevantes para a compreensão do que pensam adolescentes sobre o comportamento de fumar. E de fatores relacionados a esse comportamento.