Frank Miller e os quadrinhos pelo que vale a pena morrer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ghirotti, Joaquim Cardia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-05092017-092333/
Resumo: As décadas de 1980-1990 marcam um ponto importante da história das revistas de quadrinhos de super-heróis. Mudanças no mercado, no público, na política, nos debates morais e culturais do momento ofereceram um cenário propício para novos desenvolvimentos no gênero super-herói. Esse quadro é cercado pelo pós-modernismo, a urbanização, a contracultura, mudanças nas artes e condições políticas que se desenvolvem da Guerra Fria, geograficamente centrada entre a Europa e os Estados Unidos, para a Guerra do Iraque, o que desloca atenções geopolíticas e conflitos para o Oriente Médio. Os quadrinhos de super-herói passam a oferecer maior liberdade temática para seus autores, e discussões sobre direitos autorais ganham força. Este cenário dispõe das condições para que alguns autores pudessem levar os super-heróis para discussões diferentes das décadas precedentes, permitindo o surgimento de trabalhos significativos, de autores que marcam suas obras abordando os super-heróis de forma pessoal. A presente pesquisa procura entender como o autor de histórias em quadrinhos Frank Miller se posicionou diante de uma determinada área de produção artística, utilizando-se das revistas de super-herói para discutir posicionamentos ideológicos, e reforçar seu caráter mítico e simbólico. Utilizando princípios da história cultural desenvolvidos por autores como Ginzburg, Burke, Gombrich, Schorske e Barzun, contextualiza-se a trajetória das histórias em quadrinhos até os anos 1980 e 1990, estabelecendo as condições da mídia quando do trabalho do artista. Para posicionar Miller em relação a seu mercado e suas relações de produção, são utilizadas as ferramentas analíticas de Michael Baxandall, que oferecem um modelo interpretativo das relações que se dão na produção artística. Finalmente, observam-se as abordagens temáticas e morais de sua obra, com seu contexto dentro de uma trajetória na história cultural. Para isso, traça-se um panorama que discute como a obra de Miller atualiza a jornada do herói de Joseph Campbell, utilizando-se da cultura popular para fazer um diálogo entre discussões morais, históricas e políticas, por meio de uma construção de narrativas heroicas que operam como mitos populares modernos e parâmetros civilizacionais, carregando em si princípios, valores e ideias de uma cultura.