Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Missio, Giovani |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-11122019-115551/
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Resumo: |
O Transtorno Bipolar (TB) é reconhecido por sua gravidade e cronicidade. Seu desenvolvimento depende principalmente de fatores biológicos envolvendo inflamação e estresse oxidativo e culminando em agravamento e recorrência progressivos. Apesar da indicação do lítio como tratamento de primeira linha, a maior parte dos pacientes necessita de combinações farmacológicas para o controle adequado da doença. Assim, o objetivo do tratamento deve ser o controle precoce da doença como um todo com prevenção da recorrência e da progressão independente da fase de apresentação clínica. Para isso deve-se lançar mão de estratégias terapêuticas rápidas e eficazes como as combinações farmacológicas. Com essa consideração a presente tese se propôs a avaliar a utilização de combinações farmacológicas com as medicações disponíveis para uso em larga escala na rede pública de saúde do Brasil: lítio, carbamazepina e ácido valpróico para o tratamento de pacientes jovens diagnosticados com TB tipo I. Para isso foi realizado um ensaio clínico, randomizado, unicêntrico, aberto, de grupos paralelos entre 2009 e 2012 em que foram incluídos pacientes com idade entre 18 a 35 anos. Os pacientes foram alocados em 2 grupos de tratamento: lítio e ácido valpróico (G1) e lítio e carbamazepina (G2) e acompanhados por até 2 anos. O desfecho primário considerado foi a quantidade de pacientes a atingir resposta na fase aguda de 8 semanas e sustenta-la na fase de manutenção. Os grupos foram comparados com Teste Exato de Fisher na fase aguda e com analise de sobrevivência de Kaplan-Meier na fase de manutenção. Desfechos secundários avaliados foram a gravidade dos sintomas e a tolerabilidade ao tratamento. Dos 64 participantes, 36 foram alocados para o G1 e 28 para G2. A amostra foi predominantemente composta por mulheres (66,6%) e teve média de 27,8 anos. 27 (45,0%) participantes apresentavam-se em depressão, 17 (28,3%) mania / hipomania e 16 (26,7%) estado misto. Não se observou diferença entre entre os grupos quanto a resposta (p. 606) ou remissão (p. 766) na fase aguda nem quanto a perda da resposta na fase de manutenção (p .455). Também não foram encontradas diferenças entre os grupos nos escores das escalas de impressão clinica global (CGI-BP-M) (p = 0,326), Hamilton Depression Rating Scale (HAMD) (p .359) ou Young Mania Rating Scale (YMRS) (p .682). Quanto a tolerabilidade, o número de efeitos colaterais diferiu significativamente entre os grupos apenas na primeira semana de tratamento (p = 0,021) com mais efeitos colaterais no grupo G1. Quanto aos tipos de efeitos adversos identificados o G1 apresentou mais fadiga (p .015) e diminuição do desejo sexual (p .036) enquanto o G2 apresentou mais diarréia (p .001) e perda de peso (p .013). Na avaliação quantitativa deste ultimo efeito adverso o grupo G1 apresentou ganhou peso (+ 2,1 kg), enquanto o grupo G2 apresentou discreta redução de peso (-0,2 kg). Conclui-se que Litio com ácido valpróico e lítio com carbamazepina têm eficácia e tolerabilidade similares no tratamento do TB entretanto a utilização de lítio com carbamazepina pode apresentar vantagens metabólicas |