Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Silva, Gisele da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-02042006-161511/
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Resumo: |
O diagnóstico de câncer de mama e seu tratamento afetam a condição física, social e emocional da mulher. Frente aos eventos estressores desencadeados pelo adoecimento, a mulher faz uso de estratégias de enfrentamento específicas para cada fase da doença, tratamento e reabilitação, com o intuito de se adaptar às novas situações e contexto de vida. As pesquisas que discorrem sobre o enfrentamento em câncer de mama estão concentradas no que se refere aos períodos de diagnóstico e tratamento, sendo escassas quanto ao período da reabilitação (pós-tratamento). Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo investigar o processo de enfrentamento nas mulheres com câncer de mama durante o período pós-tratamento. A aproximação ao objeto de estudo deu-se através do referencial teórico do Enfrentamento (coping). Foram investigadas 16 mulheres com câncer de mama, com tempo de diagnóstico variando entre 1 e 4 anos, já submetidas à mastectomia (total ou parcial), radioterapia e/ou quimioterapia, e que estavam sendo atendidas em um programa de reabilitação física e psicossocial. Para tal, foram utilizados três instrumentos, a saber: 1) Entrevista com Roteiro Estruturado, 2) Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP) e 3) Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). Os dados foram tratados sob a abordagem metodológica quanti-qualitativa. Os resultados indicaram a presença de estressores físicos, psicológicos e sociais, como as alterações na imagem corporal, as limitações de movimento, o lindefema, o medo da recaída, preocupações com relação à família e desejos de retornar à ocupação profissional. O conjunto de modos de enfrentamento utilizados para lidar com a ampla gama de estressores relacionados ao câncer incluiu um número variado de respostas. Estratégias de evitação aos pensamentos/ sentimentos negativos através do preenchimento do tempo do tempo ocioso, pensamentos positivos e religiosos foram evidenciadas como formas de manter o autocontrole diante da situação. O foco no presente em detrimento da preocupação antecipada com o futuro também foi verbalizado como estratégia para lidar com o medo da recaída. Tais estratégias paliativas cuja finalidade era apenas modificar o conteúdo emocional que acompanhava o estressor coexistiram com estratégias focalizadas na resolução do problema, como planejamento, postura ativa, busca por informações e auto-cuidado. A situação do adoecimento também foi verbalizada como oportunidade para mudanças positivas na vida, culminando em reavaliação de valores e condutas. Estratégias como a aceitação da própria finitude, fatalismo, autoculpa, desamparo-desesperança, apesar de que em menores intensidades, também foram encontradas. A maioria das mulheres avaliou suas vidas como boas, focando sua resposta nos aspectos positivos. Já os resultados provenientes do ISSL apontaram, no entanto, que 37,5% de mulheres preencheram critérios para quadro de estresse. Esses resultados vêm reforçar a importância da atuação dos serviços de reabilitação psicossocial junto a essa clientela. O conhecimento reunido neste trabalho contribui com o aprimoramento das estratégias de intervenção sistemática oferecida pelas equipes multiprofissionais de reabilitação psicossocial do câncer de mama, contribuindo para uma atuação integrada e voltada para as necessidades da paciente no período específico em que se encontra. |