Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1991 |
Autor(a) principal: |
Uhlein, Alexandre |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-27102015-092630/
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Resumo: |
Esta tese desenvolve um estudo estratigráfico, sedimentológico e estrutural sobre a transição entre as províncias brasilianas/panafricanas do Cráton do São Francisco e da Faixa de Dobramentos Araçuaí, na região centro-norte do Estado de Minas Gerais. Três domínios estruturais foram caracterizados pela intensidade da deformação e do metamorfismo brasiliano (~600 m.a.): domínio externo, representado pela borda oriental do Cráton do São Francisco; domínio transicional, correspondendo às unidades mais externas da Faixa Araçuaí; e domínio interno, com unidades mais transformadas e apresentando metamorfismo da fácies anfibolito. As principais unidades litoestratigráficas estão representadas pelo Embasamento, de idade arquena ou transamazônica (2000 m.a.), os metassedimentos do Sg. Espinhaço, de idade proterozóica média, do Sg. São Francisco e do Grupo Macaúbas, de idade proterozóica superior, o Complexo Salinas (um provável equivalente do Gr. Macaúbas) e os granitoides leucocráticos brasilianos. O Embasamento aflora nos três domínios descritos. O Sg. São Francisco constitui uma cobertura do Cráton do São Francisco. O Sg. Espinhaço ocorre no domínio cratônico e também no domínio transicional. O Gr. Macaúbas aflora no domínio transicional e o Complexo Salinas, assim como os granitoides, ocorreram no domínio interno. O Sg. Espinhaço foi depositado num rift continental sub-meridiano. A individualização do rift iniciou-se com um vulcanismo ácido a intermediário subalcalino e prosseguiu com a sedimentação da Sequência Inferior (Fm. São João da Chapada e Sopa-Brumadinho), na forma de um sistema de leques aluviais que passa, lateralmente, para fácies marinho raso. Para o topo, a sedimentação mostra relativa estabilidade tectônica que caracteriza a Sequência Média (sistema desértico costeiro) e Sequência Superior (sistema marinho raso com ciclos transgressivos e regressivos). Um tectonismo epirogenético, com intrusão de rochas básicas toleíticas continentais e uma glaciação, marcam a passagem entre o Proterozóico Médio a Superior. Na margem oeste, associado ao relevo deste tectonismo, depositou-se a Fm. Jequitaí (fáceis glácio-continental) que passa lateralmente, para sedimentação glácio-marinha, em parte retrabalhada como fluxos gravitacionais e correntes de turbidez que caracterizam o Gr. Macaúbas e o Complexo Salinas. Os turbiditos finos e mais distais constituem o Complexo Salinas. Esta evolução faciológica de oeste para este indica a passagem de um domínio continental sob influência glacial para uma plataforma continental e uma bacia marinha profunda, as duas últimas separadas por um paleo-talude, com fáceis de leque submarino. Esta bacia assimétrica constitui o prisma de uma margem continental passiva. Para oeste, a fáceis glácio-continental desaparece e o Grupo Bambuí (parte superior do Sg. São Francisco) repousa diretamente sobre o embasamento do Cráton do São Francisco, não tendo sido identificado na Faixa Araçuaí, devido a não deposição ou erosão. Os metassedimentos do Gr. Bambuí foram depositados em ambiente marinho raso e, para o topo, mostram fáceis deltaica e fluvial braided, sugerindo sedimentação molássica (Fm. Três Marias). A estrutura da Faixa Araçuaí (domínios transicional e interno) é progressiva (fases \'D IND. P-1\' e \'D IND. P\') e polifásica (\'D IND. P+1\'). A deformação principal (\'D IND. P\') é caracterizada por uma sucessão de zonas com dobras assimétricas com vergência para oeste, separadas por corredores de cisalhamentos dúcteis. Esta deformação (\'D IND. P\') se manifesta por uma xistosidade (\'S IND. P\') e uma lineação de estiramento (\'L IND. X\') proeminente, que indica um transporte de material de este para oeste, em direção do Cráton do São Francisco. Muito localmente, identificou-se ainda, uma xistosidade (\'S IND. P-1\') que representa, provavelmente, uma manifestação precoce da \'D IND. P\' (deformação progressiva). A fase \'D IND. P+1\' está relacionada a dobras abertas e uma clivagem de crenulação (\'S IND. P+1\') pouco penetrativa. O metamorfismo regional está associado a deformação principal. Ele aumenta do anquimetamorfismo à fáceis xisto verde, junto a borda cratônica, evolui até a fáceis xisto verde alto (cianita) no domínio transicional e à fácies anfibolito alto no domínio interno. Os granitoides são na maior parte sintectônicos, do tipo S, lecocráticos, geralmente a duas micas, com granada, cordierita e silimanita. A Faixa Araçuaí representa a parte setentrional do flanco ocidental de um mega-orógeno, separado, posteriormente, pela abertura do Oceano Atlântico, no início do Mesozóico. A cadeia é caracterizada por uma deformação do tipo cisalhamento simples, com vergência para oeste. O substrato é, dentro da zona estudada, siálico. A tectogênse brasiliana está relacionada ao intervalo 600-500 m.a. |