Paisagem fraturada: panorama histórico-urbanístico de Poços de Caldas, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ortega, Valmir
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-30012024-105516/
Resumo: A estância hidromineral de Poços de Caldas está situada geologicamente numa região de origem vulcânica, justificando a existência de suas fontes termais, com propriedades alcalinas, sulfurosas e medicinais, localizadas num complexo sistema hidrogeológico de natureza fraturada, constituída durante a conformação da estrutura vulcânica do planalto caldense. Com a dinâmica do crescimento e expansão urbana a paisagem é marcada por ocupações em regiões ambientalmente sensíveis, cuja produtividade hídrica abastece o município e as fontes termais em uso. Essa forma de ocupação compromete a preservação dos aquíferos termais e os rios urbanos, evidenciando fratura socio histórica, cultural e ambiental, pois o sítio das fontes de águas quentes que originou o território e sua paisagem é reconhecido como patrimônio cultural e natural, não obstante, apresenta-se como imagem criada, subjugada ao valor mercadológico, à prática do turismo, e á valorização de terras e imóveis adjacentes aos bens patrimoniais, sobrepondo o valor social da propriedade urbana em detrimento do seu valor de mercadoria. A leitura dessa paisagem busca articular as dimensões dos aspectos físicos/simbólicos desse lugar a partir da contextualização da formação da sociedade das águas, para o entendimento dos processos sociais no transcorrer do tempo histórico, no sentido de explorar novos valores socioambientais onde a natureza é compreendida como questão cultural, propiciando caminhos que viabilizem políticas urbanas e gestão territorial que priorizem a dimensão ambiental e sua paisagem. Numa abordagem ensaística, o teórico metodológica está fundamentada na concepção de paisagem como processo e construção, respaldada pelo Sistema Complexo de Edgar Morrin, e sua lógica transdisciplinar, na qual o entre lugar do conhecimento emerge como espaço de intersecção entre objeto/fenômeno nas diversas dimensões da realidade. A paisagem parece também ocupar o espaço entre: o entre lugar do processo e construção de paisagem, o que se vê e o que se anuncia entre o objeto/sujeito, que se constitui o fenômeno. Nessa abordagem, considera-se que as práticas sociais no território caldense e sua paisagem estão fundamentadas numa organização hierárquica desde a sua conformação, onde as relações de poder e seu processo hegemônico transparecem na atualidade segundo a lógica da cidade mercadoria, negligenciando os elementos naturais, sobretudo as fontes termais e as águas urbanas, resultando-se no princípio que orienta o planejamento e as políticas urbanas.