Avaliação da imunidade humoral e celular em cães naturalmente infectados com Leishmania (L.) chagasi e sua correlação com a transmissibilidade para o vetor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Larangeira, Daniela Farias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-27112008-103013/
Resumo: Este estudo avaliou a imunidade humoral e celular em cães naturalmente infectados com L. (L.) chagasi correlacionando com a transmissibilidade para o vetor. Soros e biópsias de baço, linfonodo e pele foram coletados de 120 cães provenientes do Centro de Controle de Zoonoses do município de Araçatuba, São Paulo, Brasil. Os soros foram processados por ELISA para detecção de IgG, IgG1, IgG2 e IgE; e as biópsias foram processadas por técnicas histológicas usuais coradas pelo HE e imunoistoquímica para a detecção de parasito, macrófago e células T CD3. De acordo com os sinais clínicos, 65/120 (54%) cães foram classificados como sintomáticos e 55/120 (46%) como assintomáticos. O diagnóstico parasitológico foi confirmado em 71% dos sintomáticos e em 40% dos assintomáticos. A correlação dos sinais clínicos com parasitismo mostrou que a carga parasitária estava diretamente associada com cães sintomáticos (p<0.05). Em relação aos anticorpos específicos anti-L.(L.)chagasi, cães de área endêmica com diagnóstico parasitológico positivo mostraram maiores níveis de IgG total comparado com ambos os controles (p<0.05), sem diferença entre cães sintomáticos e assintomáticos. IgG1 esteve presente em baixos níveis e foi mais intensa no grupo sintomático parasito-positivo (p<0.05). Níveis mais elevados foram observados para IgG2 em cães de área endêmica (p<0.05), mas sem correlação com o parasitismo e sinais clínicos. IgE também esteve presente em baixos níveis, mas mostrou diferenças entre cães de área endêmica e cães de área não endêmica; e cães com diagnóstico parasitológico positivo mostrou níveis mais elevados que cães com diagnóstico parasitológico negativo (p<0.05). Histopatologicamente, linfonodos mostraram hiperplasia e hipertrofia de macrófagos na área medular e em muitos casos linfadenite granulomatosa. Na polpa branca do baço, hiperplasia folicular foi observada; e a polpa vermelha mostrou granulomas. As lesões de pele foram caracterizadas por infiltrado inflamatório crônico na derme formado por macrófagos, linfócitos e plasmócitos; variando de discreto a intenso, assim como de focal a difuso. Foi evidente a presença de granulomas epitelióides na pele de alguns animais. Imunoistoquímica mostrou presença de células marcadas pelo anticorpo anti-macrófago e anti-CD3 em 100% dos baços e linfonodos variando de intensidade entre discreto e intenso. Na pele, macrófagos foram positivos em 90% e células CD3 em 39% dos casos. Houve associação direta entre baixa expressão de células CD3 e alto parasitismo na pele. Animais assintomáticos mostraram baixa expressão de macrófagos junto com baixo parasitismo na pele. Em relação ao xenodiagnóstico, no 4o dia depois da alimentação, as fêmeas dos vetores foram dissecadas e examinadas para observação de parasitos no intestino. Formas promastigotas foram observadas em 27% das fêmeas que se alimentaram em cães sintomáticos e em 42% das fêmeas que se alimentaram em cães assintomáticos. A técnica da PCR foi também utilizada para avaliar as fêmeas positivas depois do xenodiagnóstico. DNA de Leishmania foi detectado em 24% das fêmeas que se alimentaram em cães sintomáticos e em 34% das fêmeas que se alimentaram em cães assintomáticos. Os dados mostraram que a imunidade humoral e celular não teve correlação direta com as formas clínicas de leishmaniose canina. A alta porcentagem de vetores infectados na alimentação em cães assintomáticos mostra a importância destes animais na transmissibilidade para o vetor.