A anêmona-do-mar Diadumene Stephenson, 1920: um cnidário com potencial invasor na Baía de Paranaguá, PR, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Beneti, Julia Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-19012012-112430/
Resumo: Anêmonas-do-mar do gênero Diadumene Stephenson, 1920 foram encontradas em grande abundância fixadas sobre substratos naturais e estruturas artificiais na Baía de Paranaguá. Em 1989, em trabalho realizado no mesmo local, a quantidade de anêmonas deste gênero, não identificadas em nível de espécie, era baixa. Sua grande abundância atual pode ser explicada por sua alta taxa de reprodução assexuada, por fissão longitudinal, um dos fatores que poderiam caracterizar essas anêmonas como sendo uma espécie exótica e invasora. A elucidação dos aspectos sistemáticos dessas anêmonas e a compreensão de alguns de suas características biológicas são essenciais para definir o status da espécie na costa brasileira. Para isso, foram realizadas cinco (5) coletas no Iate Clube de Paranaguá, entre agosto de 2009 e agosto de 2010. Em cada coleta, aproximadamente 200 espécimes foram coletados e levados ao laboratório para serem submetidos aos estudos taxonômicos ou aos experimentos de resposta a parâmetros ambientais. A definição da espécie foi realizada com base em ferramentas taxonômicas comumente utilizadas para a ordem Actiniaria (morfologia externa, interna, elementos musculares e cnidoma) e através do seqüenciamento do gene mitocondrial 16s rRNA. Além disso, foi testada a tolerância da espécie a diferentes salinidades, à dessecação e a preferência por locais iluminados, sendo que os dois primeiros testes revelam se existe uma adaptabilidade característica de espécies invasoras, e o último sua capacidade de colonizar um local de águas calmas, mas onde há grande interferência humana por ser um porto movimentado A análise morfológica mostrou que a espécie de Paranaguá apresentava diferenças, segundo a literatura, em relação a todas as demais espécies do gênero Diadumene, sendo os caracteres responsáveis pela diferença: presença de cínclides na coluna dispostas em fileiras longitudinais, presença de nematocistos do tipo macrobásico p-amastigóforo nos tentáculos e nematocistos do tipo microbásico p-amastigóforo nos acôncios. No entanto, a análise molecular mostrou que a população da Baía de Paranaguá provavelmente é oriunda de uma população da espécie Diadumene cincta Stephenson, 1925. Nos experimentos, notou-se uma grande tolerância da espécie aos diversos fatores ambientais, mostrando que a espécie pode apresentar a plasticidade fenotípica característica de espécies invasoras. D. cincta já apresenta registros na literatura que a caracterizam como espécie invasora nos mares europeus e na costa atlântica européia, e acredita-se que a sua introdução na Baía de Paranaguá tenha se dado através de incrustação em cascos de navios, já que a região onde a anêmona foi encontrada é próxima ao Porto de Paranaguá. O monitoramento das espécies exóticas encontradas na costa brasileira é de grande importância, já que estas podem vir a causar impactos no ambiente ou nas atividades socioeconômicas que afetam o ser humano. Além disso, é imprescindível que sejam realizados mais estudos sobre as características das populações das espécies marinhas introduzidas no local, inclusive D. cincta