O silêncio da menina-mãe: uma leitura crítica da cobertura sobre o aborto em caso de abuso sexual infantil em jornais do Brasil e do Chile.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Marcelle Cristine de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-10122018-170101/
Resumo: Esta dissertação trata de uma leitura crítica sobre a cobertura dos jornais chilenos La Tercera e El Mercurio e dos brasileiros Folha de S.Paulo e O Globo, entre os anos de 2009 e de 2014, sobre a possibilidade de aborto quando a gravidez é resultante de abuso sexual infantil. O objetivo principal deste trabalho é verificar se a cobertura sobre aborto em caso de abuso sexual infantil, no período e nos jornais selecionados no Brasil e no Chile, se aproximou da complexidade da experiência das meninas e mulheres que passaram por esse tipo situação. Para tanto, utilizamos uma abordagem metodológica complexa, inter e transdisciplinar, com ferramentas de leitura cultural (narrativa de protagonismo, diagnósticos e prognósticos, contexto social e histórico do caso tratado) associadas à análise do discurso. Além disso, foram realizadas entrevistas em profundidade com mulheres que passaram pela experiência do aborto e/ou do abuso sexual infantil. A partir de tal metodologia, verificamos que os jornais priorizaram as fontes médicas, religiosas, do Executivo e do Legislativo, em detrimento do protagonismo das vítimas. Reduziram o debate entre pró versus contra o aborto, sem se aprofundarem nas consequências do abuso e da gravidez para a criança ou a adolescente em questão. Nos poucos casos em que as mulheres foram ouvidas, percebe-se que as reportagens alcançaram um debate mais humano, contextualizado e complexo sobre o tema.