Transplante renal com doador vivo após dessensibilização com imunoglobulinas polivalentes: impacto nos anticorpos específicos contra o doador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ulisses, Luiz Roberto de Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-31012020-152701/
Resumo: INTRODUÇÃO: A sensibilização HLA constitui importante barreira para o transplante da população de pacientes portadores de doença renal crônica em diálise. Os pacientes sensibilizados permanecem mais tempo em lista de espera e, em decorrência disso, apresentam maior taxa de mortalidade e complicações relacionadas à DRC. Os tratamentos realizados com a finalidade de reduzir os anticorpos anti-HLA são popularmente chamados de dessensibilização e têm apresentado bons resultados de transplantatibilidade e sobrevida de paciente e de enxerto. MÉTODOS: Estudo retrospectivo em que foram analisados prontuários de 45 pacientes que compareceram ao Ambulatório de Sensibilizados do Serviço de Transplante Renal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2014, com um potencial doador vivo contra quem apresentavam prova cruzada positiva por citotoxicidade ou citometria de fluxo e que foram submetidos ao protocolo de dessensibilização da instituição (infusões mensais de IVIG na dose de 2 g/kg). RESULTADOS: Dos 45 pacientes, 12 foram excluídos, 22 pacientes realizaram transplante renal com DV, 7 realizaram transplante com DF e 4 não realizaram transplante (1 óbito e 3 pacientes não conseguiram negativar a prova cruzada). A maioria dos pacientes era do sexo feminino (n=20) e com doença de base GNC (n=12). A média de idade foi de 40 ± 8,53 anos e estavam em diálise há 86,62 ± 60,28 meses. Os pacientes apresentavam cPRA de Classe I de 73,90 ± 22,29% e classe II de 66,27±35,67. Dezesseis (81,81%) pacientes apresentavam prova cruzada positiva por FACS e CDC antes da DS; enquanto 4 (18,19%) pacientes apresentavam somente prova cruzada positiva por citometria de fluxo. Os pacientes realizaram transplante após uma média de 6,72 ± 3,8 infusões de IVIG. A mediana do MFI dos DSAs antes da DS foi de 5057,5 (2246-11691,5). Após a dessensibilização, a mediana foi de 1389,5 (934,25-2492,5) (p= 0,0001). O tempo médio de seguimento dos pacientes após o transplante foi de 60,53±36,82 meses. Nove pacientes (45%) não apresentaram nenhum episódio de rejeição clínica durante sua evolução. 8 pacientes (40%) apresentaram rejeições mediadas por células, e 6 pacientes (27,27%) apresentaram rejeições mediadas por anticorpos. A sobrevida do enxerto (censurada para óbito) após 1, 3 e 5 anos foi de respectivamente 90,5%, 90,5%, 82,3%. A sobrevida dos pacientes após 1,3,5 anos foi de respectivamente 95,5%, 95,5% e 85%. A função renal média dos enxertos após 1, 3 e 5 anos estimada pela depuração de creatinina (MDRD) foi de 66,21±14,24 ml/min/1,73m2; 60,39±21,19 ml/min/1,73m2; 60,59±22,80 ml/min/1,73m2 e 81,37 ± 0 ml/min/1,73m2. CONCLUSÕES: A dessensibilização utilizando somente IVIG mostrou ser uma estratégia segura e efetiva (alta taxa de sucesso com 87,87% dos pacientes transplantados) para proporcionar o transplante renal de pacientes sensibilizados com doador vivo contra o qual apresentavam prova cruzada positiva