Protagonismo e estratégias semióticas no discurso de jovens brasileiros: liberdade, semiliberdade e juventude indígena

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Leite, Daniel Carmona
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-21022020-153434/
Resumo: Para a realização desta pesquisa, entrevistamos 25 jovens brasileiros de perfis variados, de ambos os sexos, segundo uma metodologia compreensiva de coleta de dados. As conversas trataram de assuntos variados, de cunho autobiográfico. Nosso principal objetivo de investigação era compreender como esses indivíduos conferiam valor às principais atividades feitas cotidianamente ao tempo das entrevistas, tendo em vista também a elaboração de planejamentos futuros. O ponto de vista teórico aqui adotado é o da semiótica de linha francesa. Entre os principais autores com os quais trabalhamos estão Fontanille, Greimas, Landowski e Zilberberg. Antes de realizar as análises, exploramos a etimologia e a origem do termo protagonismo, cujo uso contemporâneo apresenta uma difusão no campo das práticas educativas. Em seguida, vislumbramos as possibilidades de descrição de duas acepções identificadas para o vocábulo na atualidade. Estas estão referidas 1) ao personagem principal de um texto (protagonismo textual); ou 2) a um mecanismo de valoração complexo e de difícil apreensão, que viemos denominando protagonismo de si. Quanto às conclusões a respeito dessa parte da investigação, postulamos, para a efetivação do fenômeno, a necessidade do estabelecimento de um contrato reflexivo no programa narrativo de base e um esforço estratégico para a seleção de PNs, entre outros pontos. Com relação aos perfis de entrevistados, tivemos A) jovens de São Paulo em liberdade, que moravam na capital ou região metropolitana; B) adolescentes em semiliberdade, que cumpriam medidas socioeducativas em unidades da Fundação CASA; e C) indivíduos indígenas da etnia xavante, residentes em reserva localizada no Estado do Mato Grosso. No que tange aos relatos dos entrevistados do primeiro perfil, eles conferiram um valor destacado à convivência com as suas famílias, à religião e ao lazer. Quase todos tinham expectativas de cursar universidade. Em meio aos adolescentes em semiliberdade, encontramos construções identitárias com um forte componente retrospectivo. Diferentemente dos demais jovens, estes estariam mais ocupados de processar, afetiva e intelectualmente, acontecimentos do passado e muitos pretendiam recuperar laços familiares no futuro. Por sua vez, a juventude indígena masculina (aibö) declarou acompanhar os adolescentes da aldeia, como previsto por seu sistema cultural tradicional. No caso das jovens do sexo feminino (pi\'õ), a realização de serviços domésticos e o convívio comunitário foram algumas das principais atividades citadas. Os entrevistados desse grupo também mencionaram, de maneira contundente, as práticas de rituais tradicionais e de esportes.