Ecotoxicologia de compostos organoclorados persistentes em um ecossistema eutrófico : Represa de Barra Bonita (Médio Tietê - S.P.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: Calheiros, Débora Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
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Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-21082024-163719/
Resumo: A represa de Barra Bonita - SP caracteriza-se pelo intenso uso de seus recursos hídricos para múltiplos fins: geração de energia, lazer, pesca, abastecimento público, etc. Recebe toda a carga de pesticidas e fertilizantes usados na agroindústria canavieira da região, além dos efluentes industriais e domésticos de toda a bacia de drenagem. Estudou-se o grau de contaminação por pesticidas organoclorados e bifenilas policloradas (PCBs), ao longo da represa, nos compartimentos água, sedimento e organismos , no período crítico de aporte dessas substâncias (cheia = verão), relacionando os níveis encontrados com características limnológicas e de funcionamento do reservatório. Tais substâncias são contaminantes ambientais persistentes e passíveis de assimilação na cadeia trófica e nela biomagnificados. Também são adsorvidos no material em suspensão e no sedimento, príncipalmente em ambientes eutrofizados. Os bioindicadores foram: Astyanax bimaculatus (onívoro), Steindachnerína insculpia (iliófago), Serrasalmus spilopleura (carnívoro) e Anodontites trapezeus (bivalve filtrador). Utilizou-se metodologias de extração e purificação por adsorção em coluna para análise através de cromatografia gasosa com detector de captura de elétrons, sob condições capazes de produzir uma deflexão de 50% da escala para 100 pg de Aldrín . Os resultados apontam para a caracterização do ambiente como polimítico, bem oxigenado, mas potencialmente concentrador de poluentes tóxicos, principalmente nos compartimentos sedimento e organismos. Os níveis encontrados foram baixos em todos os compartimentos; Água (HCHtotal: 0.004 a 0,08g/L), Sedimento (HCHtotal: 1.06 a 2,09; DDTtotal: 3,22 a 5,10; Aldrín: 0,53 a 3,71; Dieldrin: 0,22 a 0,85 e PCB1260: 9,31 a 26,5; todos em ng/g e Organismos (HCHtotal: 0,001 a 0,05; DOTtotal: 0,001 a 0,15; Dieldrin: 0,01 e PCB1260: 0,12 a 0,80; todos em mg/kg, organismo total - peso úmido). Entretanto, no caso da espécie representante do nível trófico superior {S. spilopleura) a contaminação por pp\'-DDE e por PCB1260 foi significativa a nível de 5% de probabilidade, sendo que para PCB, em especial, a concentração foi o dobro da recomendada pela US-EPA para proteção da vida aquática. Este dado é preocupante em termos dos possíveis efeitos sub-letais para a espécie em questão e para as suas predadoras, onde se inclue o homem.