Avaliação biossocioeconômica das pescarias artesanais da represa de Barra Bonita (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pereira, Julia Myriam de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-27072010-111503/
Resumo: As pescarias artesanais ou de pequena escala são aquelas praticadas em embarcações de pequeno porte, com área de atuação restrita, cuja mão de obra é principalmente familiar. São comuns em águas continentais e o pescado capturado constitui importante fonte de proteína para as populações que delas dependem, além de garantir rendimentos econômicos ao pescador, apesar da presença de intermediários na comercialização do pescado. Os recursos pesqueiros da represa de Barra Bonita (SP) têm sustentado economicamente os pescadores do município e de outras regiões e considerou-se a hipótese de que a represa, por possuir características tróficas de qualidade de água intermediárias em relação à represa Billings (à montante) e ao Complexo de Urubupungá (à jusante), possui também produção pesqueira e lucratividade intermediárias. Os aspectos sociais, o cálculo de produção, esforço e renda foram determinados a partir da aplicação de questionários junto aos pescadores entre 2007 e 2008. As pescarias eram praticadas principalmente por homens jovens (entre 30 e 39 anos) que possuíam baixa escolaridade. A presença do intermediário se deu em várias dimensões: ora como fornecedor de alimentos, ora de insumos e também de petrechos, já que muitos dos pescadores não faziam distinção entre a figura do intermediário e do patrão. Além disso, houve menção à estreita dependência em relação também à moradia e à provisão de alimentos, atrelando fortemente a produção do pescador ao intermediário. A principal espécie capturada foi a tilápia e o modelo da ANCOVA indicou que a produção pesqueira dependeu das características fisiográficas e das oscilações provocadas pela sazonalidade. Houve diferença no volume de pescado capturado apenas entre as estações seca e cheia no braço do rio Piracicaba, com as capturas mais elevadas na época chuvosa. Os estudos sobre os custos das pescarias indicaram que o principal componente é o combustível, apesar da pequena distância percorrida para suas pescarias. Os lucros são provenientes das capturas de tilápias, que embora não tenha alto valor comercial, assegura os rendimentos dos pescadores devido à sua a constância nas capturas. O modelo de ANCOVA mostrou que os lucros dependeram apenas do grau de instrução dos pescadores. Os pescadores indicaram o declínio do estoque pesqueiro e acreditavam que, se houvesse fiscalização eficiente, as pescarias predatórias (com petrechos fora dos padrões permitidos por lei) poderiam ser coibidas. Eles evidenciaram as condições a que foram relegados e seu desejo de evitar a marginalização da categoria. As políticas de manejo, em especial o co-manejo, deveriam assim considerar também este fator, tendo no pescador seu aliado para a manutenção da atividade e do meio ambiente.