Avaliação de desempenho e seus impactos sobre o trabalho acadêmico.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Kawasaki, Bruno Cesar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-07042021-160428/
Resumo: O mau uso das métricas de desempenho está no cerne dos atuais sistemas de avaliação, gestão e financiamento da ciência. O comportamento gamificado, fraudes, plágios, clubes de citação e ciência salame se banalizaram. Ademais, crescentes exigências de produtividade científica induzem à insatisfação profissional e adoecimento entre os pesquisadores. Como estes problemas têm sido tolerados? Por meio de entrevistas individuais e de participação em reuniões e eventos, investigamos os efeitos dos sistemas de avaliação de desempenho sobre o trabalho de docentes da Universidade de São Paulo. Evidenciamos estratégias de defesa psíquica que contribuem para reduzir a percepção de sofrimento e injustiças geradas pelos sistemas de avaliação. Estas estratégias se revelam em discursos e atitudes que concorrem para: 1) enfatizar que continuar aumentando a produtividade científica é possível, 2) bloquear discussões mais profundas sobre o trabalho e a avaliação de desempenho, e 3) naturalizar e individualizar seus efeitos negativos. Entre estes, destacamos a tendência de agravamento da sobrecarga de trabalho que atenta contra a saúde e a qualidade das atividades realizadas. Argumentamos que a fixação em publicar artigos se volta contra a universidade na forma de desperdício de talentos e pouco diálogo com sociedade. A atual desmoralização da ciência e universidade pública convida os acadêmicos a uma autocrítica, que inclui reavaliar a eficácia dos rankings e indicadores de desempenho em comunicar a importância do trabalho acadêmico à sociedade.