Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Talicia dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60140/tde-16042020-093642/
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Resumo: |
Trypanosoma cruzi (T. cruzi) é um protozoário flagelado intracelular obrigatório e o agente etiológico da doença de Chagas. Esta parasitose afeta milhões de indivíduos na América Latina, é considerada uma doença negligenciada associada a elevados índices de morbidade e pode ser fatal. Atualmente, o desenvolvimento de novas abordagens teranósticas é uma necessidade urgente para o melhor enfrentamento da doença de Chagas. A trans-sialidase de T. cruzi (TcTS) é uma enzima ausente em mamíferos capaz de promover a transferência de ácido siálico de glicanas α-2,3-sialiladas do hospedeiro vertebrado para a superfície deste parasita. Este evento é essencial para a invasão celular e a sobrevivência deste protozoário no hospedeiro. Este estudo teve como objetivo investigar o potencial efeito anti-T. cruzi de uma enzima modificada, sem atividade catalítica, capaz de reconhecer glicanas α-2,3- sialiladas (\"Lectenz®-α-2,3-Specific\": SFα-2,3). A potencial atividade inibitória da SFα-2,3 sobre as atividades enzimáticas, hidrolase ou trans-sialidase, da TcTS recombinante (rTcTS) foi avaliada por ensaio fluorimétrico ou cromatografia em camada delgada (CCD), respectivamente. O impacto da SFα-2,3 na infecção por T. cruzi foi avaliado em modelos experimentais in vitro e in vivo, incluindo ensaios de invasão celular, ação tripanocida, citotoxicidade, parasitemia, e determinação da taxa de sobrevivência de animais infectados. As preparações de rTcTS obtidas foram homogêneas, solúveis e ativas. A SFα-2,3 foi incapaz de bloquear as duas atividades enzimáticas da rTcTS com o uso do substrato ácido 2-(4-metilumbeliferil)-α-D-N-acetilneuramínico (MuNANA). A maior concentração de SFα-2,3 (5 µM) mostrou toxicidade moderada em macrófagos murinos, mas não reduziu a viabilidade celular de formas infectantes de T. cruzi (tripomastigotas) e de células LLCMK2. A SFα-2,3 preveniu a infecção por T. cruzi em macrófagos peritoneais murinos e em células LLCMK2. Camundongos infectados e tratados com SFα-2,3 exibiram níveis mais baixos de parasitemia e maiores taxas de sobrevivência do que camundongos infectados e não-tratados. Este conjunto de resultados indica que a molécula SFα-2,3 apresenta atividade anti-T. cruzi. O efeito antiparasitário de SFα-2,3 pode estar associado à modulação da interação parasito-hospedeiro frente a glicanas α-2,3-sialiladas. Entretanto, novos estudos são necessários para o melhor entendimento do mecanismo molecular do efeito anti-T. cruzi da SFα-2,3. |