Trabalho volante e reprodução capitalista: Estudo sobre os boias-frias de Tupaciguara, M.G.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1980
Autor(a) principal: Micheloto, Antonio Ricardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11145/tde-20220207-165715/
Resumo: A finalidade desta dissertação ê caracterizar e interpretar, sociologicamente, a situação dos trabalhadores rurais volantes no processo de constituição das relações de produção capitalistas no campo. Fundamenta-se em pesquisa realizada pelo autor no município de Tupaciguara, Estado de Minas Gerais. A investigação procura mostrar como os volantes, trabalha- dores destituídos da propriedade e/ou da posse da terra, se redefinem, enquanto categoria social, no processo de trabalho imediato e na sociedade global. Tais trabalhadores desenvolvem relações econômicas e sociais consideradas básicas para a reprodução do capital no setor rural. Face a essas relações, desenvolvem determinadas formas de consciência social, que este trabalho intenta captar. Por um lado, são caracterizados os mecanismos que permitem, aos agentes do capital, promover o ajustamento desse tipo de trabalhadores ã situação de assalariados. Entre esses mecanismos, coloca-se a promoção da disciplina mínima indispensável a extração do sobre trabalho dos volantes. Por outro lado, são caracterizadas as formas de reação consciente dos volantes às condições concretas da exploração de sua força de trabalho. Uma das principais conclusões possibilitadas pela investigação levada a efeito é a de que os volantes, conquanto reduzidos objetivamente ã condição de proletários rurais, manifestam, a nível de sua consciência, orientações contraditórias. Ao mesmo tempo que procuram ou são induzidos a ajustar-se a nova situação, recusam-na, alimentando aspirações não tipicamente proletárias, como a aspiração pela terra. Esta conclusão permite contraditar algumas teses comuns no âmbito da Sociologia, que focalizam a proletarização de homem rural sob um ponto de vista linear e extremamente simplificado.