Análise dos fatores de risco sociodemográficos, clínicos, físicos, funcionais e psicossociais para quedas de idosos residentes em instituições de longa permanência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cavenaghi, Gisele Cristine Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-18042023-122039/
Resumo: INTRODUÇÃO: As quedas podem ocasionar sérias consequências físicas e psicológicas incluindo lesões, hospitalizações, alteração da mobilidade, medo de cair novamente, restrição da atividade, declínio funcional e até a morte. Sabe-se que os principais fatores de risco para quedas estão relacionados a alterações na cognição, mobilidade, dificuldades na marcha e perda do equilíbrio. Porém, ainda são escassos na literatura estudos que descreveram os fatores de risco para quedas em idosos institucionalizados e a associação entre eles. OBJETIVO: O objetivo do estudo foi determinar quais são os fatores de risco sociodemográficos, clínicos, físicos, funcionais e psicossociais para quedas em idosos institucionalizados e a associação entre eles. MÉTODOS: Foi realizado um estudo longitudinal por meio de uma coorte retrospectiva e prospectiva com período de acompanhamento de 12 meses. Foram selecionadas Instituições de Longa Permanência (ILPI) privadas com fins lucrativos (ILPI-L) e filantrópicas (ILPI-F) localizadas na cidade de São Paulo. A avaliação inicial foi composta por: (1) coleta dos dados do prontuário do paciente, (2) critérios de fragilidade segundo Fried et al.; (3) cognição, avaliada por meio do Mini-Mental State Examination (MEEM); (4) controle postural, avaliado por meio da escala, Mini-Balance Evaluation Systems Test (Mini-BESTest), (5) funcionalidade, avaliada por meio do Índice de Katz, (6) mobilidade, avaliada por meio do teste Timed Up and Go. As informações sobre as quedas sofridas pelos participantes do estudo 12 meses antes e 12 meses depois da data da coleta de dados foram quantificadas através do formulário de notificação de quedas preenchido pela equipe de enfermagem de cada ILPI. Análises bivariadas foram utilizadas para estimar a associação entre as variáveis dependentes e independestes. Foi utilizado o critério de seleção de p<0,01 para as variáveis dependentes: (1) caidor retrospectivo (indivíduos que apresentaram queda no período de 12 meses retrospectivos ao início do estudo); (2) caidor recorrente (indivíduos que apresentam 2 ou mais quedas no período de 24 meses), (3) novo caidor (indivíduos que não foram classificados como caidores no período de 12 meses retrospectivo ao início do estudo, mas passaram a ser caidores no período de acompanhamento de 12 meses) e (4) caidor no acompanhamento (indivíduos que caíram nos 12 meses de acompanhamento do estudo) para determinar as variáveis independentes a serem incluídas na análise de regressão logística multivariada. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 108 indivíduos com média de idade de 82,53 anos (± 9,18). Os modelos da regressão logística multivariada realizado com a variável dependente caidor retrospectivo, demonstrou associação com as variáveis independentes: pertencer a ILPI-L (OR 7,14 - 9,09), déficit cognitivo (OR 3,5 4,5), utilizar dispositivo de auxílio à marcha (OR 3 - 3,5) e ser parcialmente dependente (OR 4,0). A variável dependente novo caidor demonstrou associação com autopercepção de saúde regular, ruim ou muito ruim (OR 3,9). Já a variável caidor recorrente demonstrou associação com pertencer a ILPI-L (OR 5,0 - 9,09), déficit cognitivo (OR 3,0 5,4), utilizar dispositivo de auxílio à marcha (OR 2,9), ser parcialmente dependente (OR 6,9), déficit no controle postural (OR 4,7) e alteração na mobilidade (OR 4,0). Por último, a variável dependente caidor no acompanhamento demonstrou associação com pertencer a ILPI-L (OR 3,85 3,13), déficit cognitivo (OR 2,2 2,4), lentificação na marcha (quanto maior o tempo maior o risco) e alteração na mobilidade (OR 2,7). CONCLUSÃO: os fatores de risco para quedas foram: pertencer a ILPI-L; autopercepção de saúde regular ruim ou muito ruim; déficit cognitivo; uso de auxílio à marcha; ser parcialmente dependente; lentificação na marcha; alteração na mobilidade e déficit do controle postural. Acreditamos ser importante o conhecimento destes fatores por parte das instituições de longa permanência com o objetivo de traçar estratégias para a prevenção de quedas em idosos