Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Sawa, Aline Gonçalves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-05062023-140210/
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Resumo: |
Sabe-se que mulheres com endometriose possui a fertilidade comprometida, entretanto, os mecanismos pelos quais isso ocorre são pouco esclarecidos; um dos possíveis fatores envolvidos é a implantação embrionária que parece estar prejudicada devido à baixa receptividade endometrial. Essa característica pode estar relacionada com a possível redução do tráfico de células tronco para o processo de reparo endometrial devido ao possível tráfego dessas células reparativas aos focos ectópicos da doença. Nesse contexto, a quimiocina CXCL12 e seu ligante CXCR4 criam um gradiente químico que redireciona a migração de células tronco não hematopoiéticas para o local administrado, além desta substância estar envolvida na angiogênese e reparação tecidual do local. Também como alternativa terapêutica, as células estromais mesenquimais multipotentes (CEM) injetadas localmente poderiam auxiliar nessa reparação tecidual. O presente projeto tem como objetivo avaliar o efeito da administração de CXCL12 e das CEM injetadas diretamente no útero sobre as taxas de gestação e características de placenta em camundongos subférteis com endometriose induzida em relação aos animais sham. Para isso, camundongos C57BL/6 selvagens foram submetidos a indução da endometriose cirúrgica, com sutura de fragmentos uterinos de doadora (quatro hemicornos) no peritônio parietal bilateralmente. E no grupo sham, também cirúrgico, foi realizado somente os pontos únicos de sutura sem tecido uterino. Quatro semanas depois, esses dois grupos foram subdivididos para receber um de três tratamentos: injeção intrauterina de CXCL12 ou CEM (de doadores GFP+), ou ainda placebo. As fêmeas de todos os grupos (EndoCX, EndoCEM, EndoPl, ShamCX, ShamCEM e ShamPl) foram colocadas para acasalar por até quatro semanas com machos férteis uma semana após receber o tratamento. Após serem identificadas como grávidas, estas fêmeas foram submetidas a cesárea, próxima ao termo, para coleta das placentas com fragmento uterino e cordão umbilical adjacentes. Além disso, foi coletado fragmento uterino das fêmeas que engravidaram e o corno uterino completo das fêmeas consideradas inférteis. Obteve-se como desfechos clínicos reprodutivos nos grupos ShamPl, ShamCX e ShamCEM de 100,0% de gestação. Já no grupo EndoPl observou-se somente 50,0% de gestação, havendo recuperação das taxas de gestação nos grupos endometriose induzida tratados com CXCL12 e CEM, com taxas de gestação de 100% em ambos os grupos (p=0,0168). Porém, na análise de imunofluorescência não foram identificadas CEM nos complexos placenta-endométrio decidualizado dos grupos tratados com CEM. Sendo assim, é possível que as CEMs, seja por atração pelo CXCL12 ou injetadas diretamente no tecido uterino, tenham tido um efeito favorecedor do desenvolvimento placentário, porém sem participação direta na composição da mesma. Dessa forma, pode ter ocorrido secreção de substâncias locais ou desencadeamento de processos moleculares não avaliados neste estudo, como moléculas envolvidas no processo de receptividade endometrial para a implantação embrionária. |