Trabalho agrícola do menor na cafeicultura e sua interferência no processo educativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1983
Autor(a) principal: Silva, Martha Peregrino da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11145/tde-20220208-015736/
Resumo: Voltado para a relação trabalho agrícola-escolarização este estudo procurou analisar a utilização da mão­de-obra infanto-juvenil e suas consequências para a escolarização do menor no meio rural. Realizou-se uma pesquisa empírica em um município cafeicultor, no Estado de são Paulo para verificar, nessa cultura, a intensidade e as formas de utilização da é mão-de-obra infanto-juvenil nos diferentes tipos de Unidades Produtivas Agrícolas. Teve-se como pressuposto básico que o atual contexto do País obriga a família rural a incorporar o trabalho dos filhos menores à sua força de trabalho, o que já foi institucionalizado pelas estatísticas censitárias que incluem na população economicamente ativa da agricultura os menores que trabalham, a partir dos 10 anos, remunerados ou não. Verificou-se que a mão-de-obra infanto-juvenil é e habitualmente utilizada em todos os tipos de Unidades Produtivas na cafeicultura da região e em quase todas as tarefas agrícolas nela desempenhadas. Sua participação no trabalho familiar mostrou-se acentuada e crescente. Verificou-se também que o Estado investe na Es cola Rural equipando-a de material e pessoal, mas orienta o processo ensino-aprendizagem definindo os conteúdos programáticos, direcionando suas metas, ainda que o faça sem obrigar os agentes, cuja formação também define. Veiculando interesses urbanos a Escola Rural, servindo ao meio, o nega. Consciente ou inconscientemente difunde valores que motivam expetativas urbanas, estimulando o êxodo rural, no que é coadjuvada pelos meios de comunicação e pela interação campo-cidade. Não se pode afirmar que exista entre os professores a consciência do que sua ação representa no meio rural, mas é possível concluir, pelos dados da pesquisa, que a Escola nesse meio serve à preparação de futuros trabalhadores que, proletarizados, venham a se constituir no chamado exército de reserva exposto à exploração do capital industrial.