O psicopoder em empresas contemporâneas: um olhar foucaultiano sobre as startups

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rodrigues, Thiago Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-29082023-170044/
Resumo: No contexto do empreendedorismo e da flexibilização, delineia-se um novo formato de governabilidade e gestão empresarial. Importado das supostamente inovadoras empresas do Vale do Silício, o modelo evidencia alterações significativas na relação do ser humano com o trabalho. Disponibiliza-se aos trabalhadores um ambiente supostamente mais informal e descontraído, proporcionando atividades de entretenimento, como, por exemplo, videogames, aulas de ioga, entre outros. Contudo, a pressão por resultados e a carga horária continuam aumentando. Tais alterações são comumente observadas nas empresas chamadas hoje de startups, nas quais se estabelece um padrão de trabalho que enaltece a importância da qualidade de vida e do bem-estar do funcionário. Se, por um lado, os defensores deste formato de trabalho ressaltam a veracidade da concretização desta ideia, por outro, pode-se analisar se tais alterações funcionam também como mecanismos discursivos de manipulação, adentrando na questão produtiva do poder foucaultiano. Dessa forma, o presente estudo procurou entender, diante dos processos de precarização e flexibilização do trabalho, quais são os efeitos do de poder e do discurso decorrentes da atual forma de interação entre ser humano com a atividade laboral, utilizando como exemplo e campo de estudo as startups. Foi feito um estudo transversal, no qual foi realizada uma análise qualitativa dos dados obtidos através do depoimento individual de trabalhadores desse tipo de empresa. Conclui-se com este trabalho que o discurso difundido nas startups atua como forma de poder e de governar. Este trabalho demonstra como o psicopoder evoluiu no contexto organizacional e como ele é praticado neste tipo de empresa contemporânea, assim como alguns dos efeitos psicológicos e sociais que eles causam nos trabalhadores.