Efeito da suplementação com leucina na alteração da força, massa e função muscular em voluntários idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carvalho, Marcelo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-14042021-161045/
Resumo: O envelhecimento é um processo no qual há várias alterações físicas, incluindo perda progressiva da força muscular e da massa magra corporal, que se reduz de cerca de 50% do peso corporal no adulto jovem até 25% no idoso de 75 anos, levando à diminuição da qualidade de vida e da capacidade funcional do indivíduo. Quando ocorre perda de força muscular e velocidade de marcha, concomitantes à perda de massa muscular, pode-se considerar que o indivíduo se torna sarcopênico. A presença deste quadro está associada ao maior risco de quedas e fraturas, inabilidade de executar atividades diárias, contribuindo para comprometimento da qualidade de vida, da autonomia e necessidade de cuidados de terceiros, bem como associação às doenças cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crônica e alterações cognitivas, além maior risco de morte. Entre as diferentes abordagens com intuito de minimizar os sintomas decorrentes da sarcopenia, a suplementação com o aminoácido leucina resulta em atenuação da perda proteica, aumento da síntese, redução do catabolismo e consequente incremento de proteínas a musculatura, constituindo potencial ferramenta no tratamento do quadro. A suplementação com doses diárias de 3,0 g de leucina, por período de três meses, mostrou-se eficaz na atenuação da perda de massa magra, melhora da força, bem como da qualidade de vida dos idosos em comparação ao grupo placebo em trabalhos da literatura. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da suplementação de leucina e mistura de aminoácidos essenciais sobre força (avaliada pela apreensão palmar), massa (avaliada por aparelho de bioimpedância, densitometria óssea ou circunferência de panturrilha) e função muscular (avaliada pela velocidade de marcha em 4 metros) em voluntários idosos. Também foi realizada a verificação do diagnóstico nutricional, avaliação dietética e avaliação do estado proteico, obtido pelo cálculo do balanço nitrogenado (relação entre a ingestão diária de proteína e excreção), pré e pós período de suplementação de 28 dias. Os voluntários estudados foram sarcopênicos ou não, idosos (acima de 60 anos), de ambos os sexos, suplementados com duas tomadas diárias de 3 g de leucina (6 g diários), aminoácidos essenciais (com menor dose de leucina, 2 g diários) ou mistura de aminoácidos não essenciais (placebo). O grupo leucina apresentou diferença significante do índice de massa muscular obtido pelo aparelho de bioimpedância quando comparado com o grupo de mistura de aminoácidos essenciais, tanto na pré quanto na pós-suplementação (p<0,05) e quando comparado ao grupo placebo somente na pós-suplementação (p<0,05). O grupo leucina também apresentou diferença significante do índice de massa muscular obtido pelo aparelho de densitometria óssea quando comparado com o grupo de mistura de aminoácidos essenciais, tanto na pré quanto na pós-suplementação (p<0,05) e o grupo de mistura de aminoácidos essenciais apresentou diferença significante quando comparado ao grupo placebo somente na pós-suplementação (p<0,05). Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos leucina e placebo (p>0,05). Nos grupos leucina e placebo foram detectadas diferenças significantes entre pós e pré-suplementação (p<0,05). Independente do grupo, houve diferença significante da velocidade de marcha entre pós e pré-suplementação (p=0,002). O grupo leucina apresentou maior variação de BN quando comparado aos grupos de mistura de aminoácidos essenciais e placebo (p<0,05). A suplementação com leucina e mistura de aminoácidos essenciais com menor dose de leucina falharam em promover alterações na pós-suplementação da força de apreensão palmar e velocidade de marcha em relação ao grupo placebo, porém o grupo leucina promoveu na pós-suplementação uma diferença estatisticamente significante no índice de massa muscular, quando avaliada pela bioimpedância, em relação aos demais grupos, fazendo pensar que mesmo não sendo o método de escolha na avaliação deste parâmetro, a leucina na dose e tempo de administração estudados pode exercer efeito anabólico. Este resultado é corroborado pelo fato de mais de 90% dos voluntários apresentarem ingestão proteica menor que 1,5 g/kg/dia, não apresentarem diferença significativa entre a variação da ingestão calórico proteica pós-suplementação e mesmo assim ter sido detectada variação estatisticamente significante do balanço nitrogenado do grupo leucina em relação aos demais grupos, na pós-suplementação.