Relação entre as atividades inovativas internas e externas no desempenho em inovação das empresas do setor industrial brasileiro: constatações baseadas em uma década de PINTEC/IBGE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mourad, Camila Benatti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-29062017-142440/
Resumo: A inovação no Brasil é caracterizada por investimentos voltados para a aquisição de tecnologia. Tal aspecto motivou a proposição central da tese de que o desempenho em inovação é influenciado pelo balanceamento entre as atividades inovativas internas e externas. Ao mesmo tempo que o papel da inovação aberta tem se fortalecido nas organizações, diversos estudos apontam que a mera exposição ao conhecimento externo não é suficiente para gerar inovações, especialmente aquelas com maior nível de originalidade, se a empresa não tiver competências internas para absorver, assimilar, transformar e explorar esse conhecimento. Ainda assim, é possível constatar que estudos que tratam da complementaridade dos inputs de inovação no desempenho inovativo de países em desenvolvimento são pouco comuns. Assim, o presente estudo buscou preencher essa lacuna, identificando e discutindo a importância do desenvolvimento de atividades inovativas internas e da aquisição de conhecimento externo para o desempenho em inovação das empresas brasileiras, com recorte para o setor industrial. Para tanto, foram estruturados dois ensaios empíricos que utilizaram a base de dados da Pesquisa de Inovação (PINTEC) do IBGE, das edições de 2000 a 2011. No primeiro, estimamos modelos de regressão para avaliar o impacto de cada atividade inovativa sobre o resultado da inovação, conforme seu grau de inovatividade. No segundo, estimamos modelos de regressão não linear para verificar como se comporta a relação entre P&D externo e desempenho em inovação, além de modelos que verificam se essa relação é influenciada pela capacidade de P&D. Os resultados obtidos nos permitem concluir que a capacidade de P&D e a aquisição de máquinas e equipamentos são relevantes tanto para a inovação de produtos novos para o mercado quanto para a inovação voltada apenas para a própria empresa. Além disso, a aquisição de P&D externo é relevante unicamente para a inovação voltada para o mercado, ressaltando a importância da inovação aberta. Contudo, o aumento do investimento em P&D externo eleva o desempenho em inovação somente até um certo ponto. Após esse ponto, os retornos sobre o investimento nessa atividade decrescem. Ademais, a interação entre capacidade de P&D e o P&D externo é significante, revelando que a primeira tem influência na relação da segunda com o desempenho em inovação. Dessa forma, conclui-se que para melhorar seu desempenho inovativo, as empresas em países em desenvolvimento devem se abrir para conhecimentos externos de maneira combinada com investimentos em capacidade de P&D.