Papagaios Neotropicais (Amazona spp.) em cativeiro: causas de morbidade e mortalidade durante o período 2009-2019

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Forero, Andrea Juliana Diaz
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Amazon parrots; Brasil; Brazil; Captivity; Cativeiro; Disease; Doenças; Epidemiologia; Epidemiology; Papagaios neotropicais; Pathology; Patologia; Prevalence; Prevalência; Psitacídeos; Psittacines
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-31032023-162032/

Os papagaios neotropicais são aves amplamente cobiçadas para serem animais de companhia, sendo comumente encontradas também em zoológicos, centros de reabilitação de animais silvestres, e coleções privadas de reprodução. Apesar da popularidade destes psitacídeos em cativeiro, estudos, extensos, detalhados e de longo prazo sobre dados de diagnóstico gênero-específicos são pouco comuns. Este estudo foi realizado com o objetivo determinar as causas de morbidade e mortalidade em papagaios cativos, do gênero Amazona (Lesson,1830), atendidos pelos Serviços de Ambulatório de Aves (SAA) e Patologia Animal (SPA) do Departamento de Patologia Veterinária (VPT), vinculados ao Hospital Veterinario (HOVET) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMZ/USP), durante o período compreendido entre 2009 e 2019. Neste estudo foram analisadas informações de 791 aves (707 vivas e 84 mortas), que totalizaram 1033 histórias clínicas, das quais foram identificados 877 diagnósticos primários e, 84 relatórios “post mortem”, dos quais foram registados 109 diagnósticos, constituindo um tota de 1142 observações e 986 diagnósticos finais. Ao todo, os dados incluíram nove espécies do género. O sexo dos indivíduos foi frequentemente indeterminado (n=859/1142; 75,21 %), e os grupos etários mais representados foram os adultos (n = 838; 73,38 %) e os juvenis (n =201; 17,6%). Os prontuários pertenciam pedominatemente a aves mantidas como animais de estimação (n=1074/1142; 94,04%) que eram, em sua grande maioria alimentadas com dietas a base de sementes (n=631/1033; 61,08%). Estes papagaios apresentaram alta frequencia de diagnosticos com doenças não infecciosas (n=512; 51,93%) e, os subprocessos mais comuns foram metabólicos (n=189; 36,91%), físicos (n=148; 28,91%), neoplásicos (n=79; 15,43%), e degenerativos (n=41; 8,0%). Dentre as doenças infecciosas (n =329; 33,3%), os processos bacterianos foram os mais prevalentes (n=227; 69,0%), seguidos pelos virais (n =45; 13,68%), e com menor frequência os fúngicos (n=38; 11,55%), e parasitários (n=19; 5,78%). Por outro lado, o principal motivo para os tutores destas aves terem procurarado intervenção médica, foi devido à presença de sintomas respiratórios (n=191/1142), dermatológicos (n=137/1142) e gastrointestinais (n=120/1142). Em filhotes foram mais comuns as doenças infecciosas (n=19/30; 63,33%) principalmente causadas por bactérias (n=10/19; 52,63%) e fungos (n=4/19; 21,05%). As doenças mais comuns em animais juvenis foram as não infeciosas (n=74/154; 48,05%), sendo os processos fiscos os mais prevalentes (n=39/74; 52,70%). Em adultos como em juvenis predominaram a doenças não infecciosas (n=402/737; 54,54%), sendo mais comuns os processos metabólicos (n=154/737; 20,89%). E, em aves idosas as causas não infecciosas foram as mais prevalentes (n=23/33; 69,6%), representadas principalmente por processos neoplásicos (n=7/23; 30,43%), degenerativos (n=6/23; 26,08%) e metabólicos (n=6/23; 26,08%). Análises estatísticas foram utilizadas para verificar prevalência de doenças e sua associação a possíveis fatores de risco. Este estudo retrospectivo apresenta uma visão geral das causas de morbidade e mortalidade em estas espécies e estas informações podem servir como referência para orientar futuras investigações sobre a prevenção, diagnóstico e manejo das mesmas.