Análise do perfil MicroRnas circulantes como preditores do diagnóstico e do prognóstico cirúrgico de pacientes portadores de Esclerose Mesial Temporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ioriatti, Enrico Salomão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-05062020-085745/
Resumo: Introdução: A epilepsia é a condição neurológica grave de maior prevalência do mundo em todas as idades, acometendo cerca de 1% da população. A epilepsia do lobo temporal mesial com esclerose hipocampal (ELTM-EH) é a forma mais comum e bem definida de epilepsia focal sintomática. O tratamento cirúrgico da ELTM-EH pode obter a longo prazo o controle total de crises em até 83% dos pacientes. Entretanto, cerca de 10% dos pacientes evoluem com resultado cirúrgico insatisfatório. A ELTM-EH está associada as alterações amplas do perfil de expressão dos microRNAs (miRNAs) do hipocampo. Estudos recentes demonstram a existência de miRNAs estáveis no sangue periférico e em outros fluidos corporais, comprovadamente aplicáveis como biomarcadores, cuja abrangência vai do diagnóstico à resposta terapêutica. Nesse contexto, o presente estudo tem por objetivo analisar a expressão de microRNAs circulantes como preditores do resultado cirúrgico em pacientes portadores de esclerose mesial temporal submetidos à amígdalo hipocampectomia. Materiais e Métodos: Foram selecionados 28 pacientes submetidos à Lobectomia Temporal Anterior + Amigdalo Hipocampectomia em consequência de ELTM-EH farmacorresistente, com no mínimo 18 meses de seguimento pós-operatório. Quatorze deles com resposta cirúrgica favorável (Engel IA) e quatorze com resposta desfavorável ( Engel III e IV). 11 voluntarios saudáveis foram utilizados como controle. Amostras de sangue e hipocampo foram coletadas de forma padronizada durante o ato cirúrgico e o diagnóstico histopatológico de esclerose temporal foram confirmados de acordo com os critérios da ILAE. Os níveis de expressão dos miR27a-3p, miR-328-3p e miR- 654-3p foram avaliados pela técnica de RQ-PCR nas amostras sanguíneas. Análises de Variância (ANOVA), com teste post hoc de Bonferroni e curvas Receiver Operating Characteristic (ROC) foram realizadas. Resultados: Os níveis de expressão do miR27a-3p no soro não foram capazes de discriminar indivíduos doentes de indivíduos saudáveis (AUC= 66,9%, p = 0,11), bem como também não foram capazes de discriminar pacientes com prognóstico cirúrgico favorável e desfavorável (AUC= 59,7% p = 0,38). Já os níveis de expressão do miR-328-3p no soro, apresentou uma incrível capacidade de discriminar indivíduos doentes de controles sadios (AUC = 93,5% p < 0,001), porém também não foram capazes de discriminar o prognóstico cirúrgico (AUC = 62,8% p = 0,25). Por fim os níveis de expressão do miR-654-3p foram capazes de diferenciar indivíduos doentes e saudáveis apenas para os pacientes do grupo com evolução pós operatória favorável (AUC = 74,7% p = 0,004). Todavia foi o único marcador capaz de discriminar o prognóstico cirúrgico (AUC = 73,6% p = 0,04*).