Cinética da concentração sérica de adalimumabe e de anticorpos antiadalimumabe no seguimento longitudinal de pacientes com artrite idiopática juvenil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Brunelli, Juliana Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-23112023-155654/
Resumo: Objetivo: Avaliar a produção longitudinal de anticorpo anti-adalimumabe (anti-ADL) e sua associação com a concentração sérica de adalimumabe (ADL), além de avaliar os fatores de risco presentes no tempo basal para o desenvolvimento desse anticorpo em pacientes com artrite idiopática juvenil (AIJ) iniciando terapia com ADL e a associação entre a presença do anticorpo antidroga e a ocorrência de reações adversas. Métodos: Estudo observacional, longitudinal, de desenho prospectivo. Foi incluída uma amostra de conveniência de 30 pacientes consecutivos com AIJ tratados no Centro de Dispensação de Medicação de Alto Custo do HC-FMUSP no período de junho/2010 a outubro/2016. Para a análise laboratorial, foram utilizadas amostras de soros estocadas, obtidas no tempo basal (BL) e de forma seriada durante o tratamento com ADL. Para determinação dos níveis séricos de ADL e de anticorpos anti-ADL (ELISA e bridging ELISA) foram utilizadas as amostras do BL, 2 meses (2M), 3 meses (3M), 6 meses (6M), 12 meses (12M) e 24 meses (24M) de terapia com ADL. Os parâmetros clínicos e laboratoriais e drogas concomitantes utilizadas pelos pacientes foram obtidos pela revisão dos dados registrados em prontuário eletrônico nas visitas pré-determinadas realizadas nos dias das coletas das amostras de soro. Os pacientes foram posteriormente classificados de acordo com a positividade de anticorpo anti-ADL aos 3 meses para análise de fatores preditivos basais para a produção de anticorpo anti-ADL. Resultados: O anticorpo anti-ADL não foi detectado em nenhum dos pacientes no BL, sendo inicialmente identificado após 2M de ADL em 2/30(7%) pacientes, com aumento significativo aos 3M [10/29(34%), p=0,013], mantendo-se estável aos 6M [11/30(37%)] e 12M [9/26 (35%)]. Foi observada uma correlação negativa entre a concentração sérica de ADL e a presença de anticorpo anti-ADL aos 3M (r=-0,781, p=0,0001). A análise dos preditores basais para a produção de anticorpo anti-ADL revelou risco significativamente maior em pacientes do sexo feminino (OR 21; IC95% 1,08-406,57; p=0,044), VHS>30mm/1ahora (OR 5,44; IC95% 1,04-28,53; p=0,045) e uso concomitante de leflunomida (OR 9,33; IC95% 1,51-57,66; p=0,016). Por outro lado, uso concomitante de metotrexato foi observado como fator de proteção (OR 0,08; IC95% 0,01-0,53; p=0,009). Após 12M de ADL, 60% dos pacientes com anticorpo anti-ADL positivo necessitaram de troca da medicação por falha terapêutica, comparado a 15% dos pacientes com anti-ADL negativo (p=0,03). Nenhum dos pacientes incluídos necessitou de troca do ADL relacionada a ocorrência de reação adversa. Conclusão: Este estudo fornece novas evidências sobre a cinética da produção de anticorpo anti-ADL, demonstrando um aumento significante após 3M de terapia, mantendo-se estável até 24M. Sexo feminino, VHS elevado e uso concomitante de leflunomida foram identificados como fatores de risco relevantes no BL para o desenvolvimento de anticorpo anti-ADL. Por outro lado, uso concomitante de metotrexato foi identificado como fator protetor. Assim, a implementação de investigação sistemática do anticorpo anti-ADL aos 3M poderia guiar a troca precoce do biológico e garantir melhor controle de atividade de doença em pacientes com AIJ em terapia com ADL