Aspectos morfofuncionais, histológicos e moleculares do coração de ratos após isquemia e reperfusão: estratificação das lesões miocárdicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Omoto, Ana Carolina Mieko
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17134/tde-21022020-155407/
Resumo: A restauração da perfusão cardíaca é uma das principais intervenções terapêuticas para minimizar os danos causados pelo infarto agudo do miocárdio. Entretanto, o reestabelecimento do fluxo coronariano pode ter consequências deletérias ao coração, fenômeno conhecido como injuria de reperfusão (IR) do miocárdio. Atualmente, o estudo dos mecanismos e a busca por estratégias terapêuticas para prevenir e/ou proteger o coração dos danos causados pela IR, são um importante alvo de investigação. As alterações cardíacas promovidas pela IR em modelos animais ainda são muito conhecidas. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a função e remodelamento cardíaco, bem como alterações moleculares envolvidas na IR miocárdica em ratos. Ratos Wistar (280-300g) foram submetidos a oclusão da artéria coronária descendente anterior esquerda por 30 min, com subsequente reperfusão. Ratos controle passaram pelos mesmos procedimentos cirúrgicos com exceção da oclusão coronariana. Quatro semanas após a cirurgia, os animais foram submetidos a avaliação da função cardíaca em situação basal (ecocardiografia convencional e speckle-traking), teste de performance física e medida da pressão ventricular com infusão de dobutamina. Fibrose e remodelamento miocárdico, além da quantificação de espécies reativas de oxigênio (ERO), da atividade das metaloproteinases tipo-2 (MMP-2), da expressão gênica do fator de necrose tumoral-alfa (TNF-a) e da expressão proteica de troponina I no músculo cardíaco, também foram avaliadas. Diferentes graus de lesão miocárdica (SL: sem lesão, LM: lesão moderada e LG: lesão grande), com porcentagens de ocorrência distintas, foram identificados nos animais submetidos à isquemia e reperfusão cardíaca. A função cardíaca, foi afetada, com diferentes intensidades, independente do grau de lesão miocárdica. A performance física foi menor nos animais submetidos à IR miocárdica (Sham: 85, SL: 48, LM: 57 e LG: 30 kg.m). A deformação circunferencial e radial das fibras miocárdicas estava reduzida em todos os animais submetidos à IR comparados ao controle. No entanto, apenas os animais com lesãogrande apresentaram altos níveis de NT-proBNP plasmático quando comparados aos animais do grupo controle (sham: 44,7 vs LG: 132,9). Fibrose intersticial (Sham: 0,9 ; IR(SL): 2,7; IR(LM): 2,6; IR(LG): 2,9%), altos níveis de atividade da MMP-2 (Sham: 0,22; IR(SL): 0,46; IR(LM): 0,44; IR(LG): 0,48 UA), aumento da expressão gênica de TNF-a (Sham: 0,3; IR(SL): 1,38; IR(LM): 1,36; IR(LG): 1,41 UA) e elevadas concentrações de ERO: O2- (Sham: 50,5 IR(SL): 175,6; IR(LM): 127,4; IR(LG): 108,1 RLU/mg de proteína) e H2O2 (Sham: 86; IR(SL): 1077; IR(LM): 1194; IR(LG): 639,2 nmol/mg de proteína) foram detectadas em todos os animais submetidos a isquemia e reperfusão. Além disso, os animais sem lesão miocárdica apresentaram redução da expressão proteica de troponina I (Sham: 1,31; IR(SL): 0,82; IR(LM): 1,26; IR(LG): 1,33 UA). Esses resultados mostraram que a IR leva a padrões distintos de injuria miocárdica em ratos e que após reperfusão da região isquêmica, alterações histológicas e moleculares continuam presentes e podem contribuir para a disfunção cardíaca ao longo do tempo.