Uso(s) das novas tecnologias em um programa de formação de professores: possibilidades, controle e apropriações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Andrade, Andressa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-30052007-102043/
Resumo: Este trabalho apresenta resultados de uma investigação acerca dos usos das mídias interativas utilizadas no PEC - Formação Universitária Municípios, um programa de formação de professores em serviço que encerrou suas atividades em dezembro de 2004. O programa faz parte das políticas educacionais que têm incentivado a adoção da Educação a Distância (EaD) e o uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) na formação docente. A metodologia qualitativa utilizada na pesquisa envolveu atividades de observação in loco, entrevistas gravadas com alunas-professoras e profissionais do programa e coleta de documentos de tipo diverso -impressos, digitalizados e em vídeo. As análises basearam-se nos conceitos de uso, consumo, estratégias e táticas de Michel de Certeau (1994), de apropriação, de Roger Chartier (2001) e de técnica, de Piérre Lévy (1999). Os usos das NTICs constituem o foco do trabalho e são entendidos sob três aspectos: uso potencial, uso proposto e uso efetivado. Parte-se da hipótese de que na proposta de formação do programa predomina um modelo industrial de EaD, em que ensino e aprendizagem relacionam-se como uma forma especial de produção e consumo. Porém, esse uso não é necessariamente passivo. Considerando que as políticas atuais enfatizam o papel das novas mídias, como meio e como finalidade das ações de formação em serviço, o trabalho busca analisar criticamente os discursos que defendem o uso das novas tecnologias em educação como forma de inclusão de docentes e alunos na denominada Sociedade da Informação e aqueles que enfatizam a contribuição inédita da EaD pelo caráter de interação e interatividade. As análises empreendidas levaram a perceber várias ambigüidades na execução do programa, decorrentes, de um lado, das contradições internas a que esteve sujeito, dada a complexidade da proposta que envolveu várias instituições e instâncias de decisão; e, de outro, de sua proposta metodológica, de vez que assentada em uma concepção instrumental das mídias interativas. Ao lançar mão das novas tecnologias como meio de formação em massa, o PEC acabou por transformar suas potencialidades em obrigatoriedades, promovendo massificação, padronização e mecanização do ensino. Todavia, as alunas-professoras, na condição de consumidoras astuciosas, apropriaram-se das mídias de formas diversas daquelas previstas pelo programa, adequando o uso das mesmas a suas próprias necessidades. Tais apropriações, como parte integrante e positiva de um processo de autoformação, não foram levadas em conta pelo programa, a despeito de sua proposta pedagógica colocar ênfase e adotar como um de seus princípios o valor da experiência prática dos docentes.