Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Duran, Débora |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-07052013-162230/
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Resumo: |
Na denominada Sociedade da Informação, a inclusão digital é tratada como um compromisso urgente da agenda educacional. Alfabetismo digital é desenvolvimento, eis o argumento corrente. O discurso vigente está fundamentado no pressuposto segundo o qual haveria uma relação monolítica entre o acesso às tecnologias da informação e comunicação (TICs) e os processos de desenvolvimento em suas múltiplas dimensões, argumento que aponta para o ressurgimento do discurso redentor pela via tecnológica. Esse arrazoado altamente persuasivo apresenta o desenvolvimento e a inclusão como conseqüências inequívocas da mediação tecnológica. Palavras como progresso, emprego, competência, cooperação, conexão, habilidade, auto-estima e muitas outras são freqüentemente arroladas no teor do corolário em questão. Nesse discurso reiterativo pode ser identificada uma miscelânea de argumentos redundantes que carece de um rigor teórico e empírico que seja capaz de lhe garantir a devida legitimidade. A tese defendida neste trabalho é a de que não se pode inferir categoricamente um único tipo ou direção exclusiva de desenvolvimento como conseqüência imediata da mediação tecnológica. Como um contraponto e na contramão da visão corrente, entende-se que a utilização das TICs pode ou não encetar certos processos de desenvolvimento, a depender das mediações humanas que envolvem as práticas de alfabetismo digital. Os usos diversos dos recursos tecnológicos podem instilar processos de desenvolvimento plurais, razão pela qual é preciso considerar os sujeitos, os contextos, as práticas e os motivos que regem a utilização das TICs. A partir de uma pesquisa bibliográfica, foram investigadas diversas teorias que propalam uma suposta relação de causa e efeito entre alfabetismo digital e desenvolvimento social e cognitivo, assim como a ideologia subjacente às mesmas a partir da análise de perspectivas críticas que se opõem a uma abordagem determinista e asséptica do desenvolvimento tecnológico. No âmbito das teorias do letramento, teorias da modernização, teorias pós-industriais e teorias da aprendizagem, foram confrontados os postulados de inúmeros autores que, por vias distintas de abordagem, advogam ou relativizam o poder determinante das tecnologias no curso do desenvolvimento social e cognitivo. Apesar das especificidades de cada uma das diversas abordagens selecionadas para fundamentar a reflexão, concluiu-se que não existe um consenso a respeito da suposta relação monocausal entre alfabetismo digital e desenvolvimento. Ao contrário, as pesquisas alinhadas com a perspectiva crítica, além de contar com a consistência teórica de renomados autores de diversas áreas do conhecimento, também advertem sobre os perigos decorrentes de uma defesa irrestrita do poder transformador das TICs. Diante do agravamento dos problemas sociais decorrentes do processo de globalização de inspiração capitalista, a educação exerce um papel fundamental no processo de superação da desigualdade. No entanto, o argumento redentor que superdimensiona os poderes da escola, da universidade e das tecnologias revela-se frágil e insustentável. Mais do que instrumentalizar, a educação deve contribuir para que as pessoas se posicionem como sujeitos capazes de transformar sua própria história a partir de projetos individuais e coletivos. Em relação à exclusão, as tecnologias da informação e comunicação não são o único problema, mas também não são a única solução. |