Lipídios e ácidos graxos nos desempenhos reprodutivo e zootécnico de lambaris (Astyanax altiparanae).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Gonçalves, Ligia Uribe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-21022011-110144/
Resumo: Três experimentos foram conduzidos para determinar o efeito de fontes lipídicas nos desempenhos reprodutivo e zootécnico de lambaris e a comparação no perfil de ácidos graxos nos tecidos de lambaris selvagens e de cativeiro. Para o experimento de reprodução e de crescimento foram fornecidas, desde a fase larval até o período reprodutivo (11 meses), três dietas elaboradas com diferentes fontes de óleo: soja (SO); óleo de resíduos de tilápia (TI); óleo de resíduo de salmão (SA). No período reprodutivo, os peixes (36 fêmeas e 72 machos) foram induzidos à desova artificialmente e foram avaliados os parâmetros reprodutivos (volume e número total de ovos, taxas de fertilização e eclosão, diâmetro do ovo e comprimento da larva), bem como, o acompanhamento da regeneração ovocitária pós-desova. Observaram-se ovos e larvas maiores e taxas de fertilização superiores na progênie dos peixes alimentados com dietas contendo óleo de peixe, o que pode estar relacionado aos maiores valores da relação n-3/n-6 encontrados nos ovos. Para o experimento de desempenho zootécnico foram utilizados 192 lambaris sexados (espículas na nadadeira anal do macho), sendo 120 machos (peso médio 2,58 ± 0,13g) e 72 fêmeas (peso médio 4,00 ± 0,09g). O Delineamento utilizado foi o Inteiramente Casualizado em Esquema Fatorial 3 x 2, composto por três dietas (SO, TI, SA) e dois sexos. Verificou-se que as fêmeas apresentaram maior ganho em peso, taxas de conversão alimentar e taxa de eficiência protéica mais satisfatórias quando comparados com os machos, os quais apresentaram maior sobrevivência no final do experimento, independente da dieta fornecida. Para o terceiro experimento foram coletados 30 lambaris fêmeas selvagens e 30 fêmeas provenientes do cultivo. Extraíram-se os lipídios dos tecidos (músculo, ovários e fígado) de cada grupo, os quais foram separados (fases apolar e polar) e determinados os perfis de ácidos graxos. Os resultados foram submetidos a ANOVA e diferenciados pelo teste F. Os lambaris de ambos os grupos apresentaram em média 3,5g.100g-1 de teor de gordura no músculo. Os ovários dos peixes selvagens apresentaram a maior concentração de lipídios (14,447g.100g-1) quando comparados com os de cativeiro (13,181g.100g-1). A dieta não conseguiu suprir a quantidade mínima de importantes ácidos graxos no lipídio total e frações dos tecidos das fêmeas provenientes do cultivo em relação às selvagens. O ácido linolênico, considerado essencial para peixes de água doce, esteve presente em menores quantidades no lipídio total e nas frações polar e apolar nos tecidos dos lambaris cultivados, o que pode estar relacionado com deficiência em dietas comerciais para peixes onívoros. Com base nos resultados observados nos experimentos de reprodução e desempenho, sugere-se a inclusão de óleo de resíduos de tilápia e salmão na ração de peixes de lambaris. Ainda foi observado que os lambaris são capazes de elongar e dessaturar os ácidos graxos com 18 carbonos na cadeia, para a produção de Ácidos Araquidônico (AA), Eicosapentaenóico (EPA) e Docosahexaenóico (DHA), devido às baixas quantidades desses ácidos graxos na dieta e posterior aumento nos tecidos.