Teologia da Libertação: nascimento, expansão, recuo e sobrevivência da imagem do excluído dos anos 1970 à época atual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Veiga, Alfredo Cesar da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-03022010-121123/
Resumo: Destaca a reconstituição histórica e estética do processo da arte político-religiosa no Brasil de 1970 aos dias atuais. O período marca o nascimento, expansão, recuo e sobrevivência da Teologia da Libertação, e junto com o discurso que brota dessa reflexão, nasceu uma produção iconográfica própria e que escapa daqueles modelos consagrados pela teologia tradicional. O negro, o índio, o retirante nordestino, a mulher marginalizada, emprestam seus rostos à Virgem Maria e a Jesus Cristo, a fim de reafirmar o nascimento de um homem novo que surge dos escombros da colonização e da dependência política e econômica que marcaram a América Latina. As figuras, os desenhos, os cartazes, as expressões corporais, se transformaram em documentos que essa teologia produziu ao longo das décadas e que aqui serão abordados. De fato, o que nos interessa de perto, não é privilegiar questões de estilo, mas compreender, através de dados iconográficos, a latência de uma teologia exuberante e eficaz em sua intenção de se tornar a voz do pobre e marginalizado. A hipótese da pesquisa se constitui no problema referente ao processo de sacralização de iconografias, personagens profanos sob a égide da Teologia da Libertação no decorrer desse período no Brasil. A originalidade está em mostrar como esse ideário tomou forma através de representações pictóricas que facilitavam a sua compreensão e aceitação por parte do povo, especialmente o morador da periferia das grandes cidades ou do campo. Nesses lugares, graças a essa estratégia, conjugada a outras, como canções, danças e novos rituais, a Teologia da Libertação teve grande aceitação e força, semeando, através das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), a proposta da criação de uma nova sociedade, baseada em relações mais justas e fraternas, superando a exploração e a opressão dos poderosos a serviço do sistema capitalista. No entanto, a partir do final dos anos 1980, o rosto do sagrado estampado no rosto do pobre começa a esmaecer, sinal de um retorno conservador na Igreja. Apesar disso, esse rosto resiste e atravessa os tempos revelando a sobrevivência de um nicho mais que sagrado no profano.