Efeitos de um treinamento em condições de dupla-tarefa sobre o desempenho motor e habilidade de dividir a atenção em pacientes com doença de Parkinson.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Souza, Cynthia Bedeschi de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-30032009-093150/
Resumo: A Doença de Parkinson (DP) é uma das patologias degenerativas do Sistema Nervoso Central (SNC) que mais tem recebido atenção dos pesquisadores tanto da área experimental como clinica. Apresenta como principais sintomas motores o tremor de repouso, alterações posturais, rigidez muscular e a bradicinesia, que afeta o controle automático dos movimentos, somados aos sintomas ditos não motores, não menos importantes, cada vez mais considerados no tratamento da DP apesar de não estarem incluídos para critério diagnóstico. Como exemplo tem-se a depressão, alterações de humor, entre outros, além das alterações nas funções cognitivas, como, por exemplo, memória e atenção. Estes últimos contribuem sobremaneira ao fato de os sujeitos com DP apresentarem grande dificuldade em realizar duas tarefas ao mesmo tempo, fenômeno conhecido como dual-task. Essa dificuldade, somada à dificuldade de controlar de forma automática os movimentos, justificam as condutas mais utilizadas na fisioterapia o treino com pistas externas e estratégias atencionais para controlar os movimentos, principalmente a marcha, conduta que ainda apresenta limitações do ponto de vista funcional no tratamento destes pacientes, à medida que aloca a atenção para o movimento, limitando a atenção disponível para outras tarefas. Dando continuidade a um trabalho de nossa equipe (Okamoto, 2007), que mostrou ser possível se treinar a habilidade de dividir/gerenciar a atenção de pacientes com DP após um treinamento em condição de tarefa dupla, e conseqüentemente melhorar as deficiências da marcha, o presente estudo comparou o efeito de dois treinamentos motores realizados concomitantemente a tarefas cognitivas auditivas e visuais, que se diferenciaram apenas no nível de complexidade dessas tarefas distrativas, o que, supostamente, exigiria mais recursos atencionais e aumentaria a concorrência com o controle da tarefa motora, sobre (1) o desempenho motor da tarefa motora de alternância de passos avaliada isoladamente e em dual-task, (2) o desempenho nas próprias tarefas distrativas (visuais e auditivas), (3) o desempenho em testes psicofísicos e neuropsicológicos que avaliam o controle atentivo e (4) a marcha. Quarenta e três sujeitos, divididos em quatro grupos, realizaram um treino motor com uma tarefa de alternância de passos em associação com tarefas concorrentes visual e auditiva, de diferentes complexidades, alternadas em cada bloco. O estudo foi dividido em 2 treinos de acordo com a complexidade das tarefas distrativas e foi realizado em 2 dias, com intervalo de 48 hrs, constituído de 8 blocos de 100 movimentos por dia. Os resultados mostraram que o treino, independente de sua complexidade, promoveu uma melhora (1) na tarefa motora testada isoladamente ou simultaneamente a tarefas cognitivas; (2) nas tarefas cognitivas testadas isoladamente ou concomitantemente a tarefa motora; (3) nos testes psicofísicos e neuropsicológicos de atenção e (4) na velocidade da marcha testada isoladamente ou simultaneamente a tarefas motoras e cognitivas, tanto para os pacientes com DP como para os idosos saudáveis. Baseados nesses resultados, conclui-se que o treino em condição de dupla-tarefa foi eficiente para melhorar as deficiências motoras e cognitivas de pacientes com DP, generalizando-se para tarefas que exijam as mesmas habilidades.