Do marginal ao museal: um estudo sobre a Arte Postal da XVI Bienal de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Romano, Camila Bôrtolo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/103/103131/tde-25082021-100906/
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo abordar a institucionalização da arte postal no Brasil a partir da XVI Bienal de São Paulo e suas repercussões no campo artístico e museológico. Busca-se investigar as transformações pelas quais passou essa manifestação artística, que de uma existência marginal, no circuito independente das artes, passou a ser assimilada no contexto museal. Para isso, são analisadas a participação da arte postal na XVI Bienal de São Paulo e a trajetória posterior das obras, desde o encerramento da exposição, em 1981, passando por sua doação ao Centro Cultural São Paulo (CCSP), em 1984, até a consolidação da sua catalogação, em 2015. O estudo realizado visa contribuir para uma reflexão crítica acerca dos parâmetros adequados para a catalogação da arte postal a partir do estudo de caso do CCSP. São apontadas as dificuldades que envolvem a musealizalização da arte postal em função de suas especificidades e de sua natureza híbrida entre obra e documento. Parte-se da hipótese de que o processo de artificação, legitimação e musealização da arte postal no Brasil foi desencadeado a partir das exposições realizadas no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), teve como ápice a XVI Bienal de São Paulo e completou-se com as ações museológicas realizadas pelo CCSP. Nesse processo, considera-se que Walter Zanini teve papel fundamental. O desenvolvimento desta dissertação apoiou-se em fontes documentais inéditas, ou pouco estudadas, do Arquivo Histórico Wanda Svevo da Fundação Bienal de São Paulo, MAC USP e do CCSP. Por meio delas foi possível esclarecer o episódio do desaparecimento de parte das obras, em 1994, que até hoje gera repercussões negativas para a instituição. Já do ponto de vista teórico recorreu-se a autores tais como Cristina Freire e Marília Xavier Cury, com destaque para Roberta Shapiro e Nathalie Heinich, que problematizaram os conceitos de artificação e legitimação, empregados para subsidiar a hipótese central dessa pesquisa. Ressalta-se, por fim, a importância da coleção de arte postal, proveniente da XVI Bienal de São Paulo, como uma das maiores e mais relevantes, em sua tipologia, depositada em uma instituição pública no país